Comissão Justiça e Paz quer Quaresma vivida em espírito de comunhão
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) defendeu hoje que "não basta repetir à exaustão que a sinodalidade é comunhão, participação e missão", quando muitas vezes se vive "uma espécie de militância em estruturas eclesiais".
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País Quaresma
"Limitamos a nossa relação com Deus através de intermediários e não ousamos falar", alerta a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), liderado por Pedro Vaz Patto.
E o desafio para este período de quaresma, tendo em conta o apelo do Papa Francisco a "uma caminhada quaresmal que define de ascese e itinerário sinodal" é que os católicos sejam "capazes agir e falar" sobre temas como "a justiça que não é justa; a saúde que geme dores impensáveis que se alastram como mancha de óleo; as casas dignas que são miragens para tantos e soberbos escândalos para poucos" ou "os abusos sexuais e de poder que mostram a nossa miséria, e onde tantos enjeitam o seu quinhão de responsabilidades".
"A solidão que entope os diálogos, as condições miseráveis que agonizam pelas cidades apinhadas de indiferentes e descartados; os jogos de palavras com que baralhamos o próximo, qual nova Babel que nos deleita ao confundir o próximo; a afronta à vida e à morte, um absurdo existencial, porque matamos Deus e matamos a condição humana" e "a discriminação de minorias e a indignidade com que tratamos os imigrantes e os refugiados", são outros temas para que devem dirigir-se as preocupações dos cristãos.
Segundo uma nota hoje publicada pela CNJP, também "os idosos descartados em estruturas desumanas como se fossem 'coisas' que perdem cotação no mercado; a educação, uma relação cada vez mais frágil, uma realidade gritante de desespero surdo e atroz; o submundo da pornografia, um surpreendente e dramático fenómeno que vai passando incólume, fruto de uma pseudoliberdade; e a economia deificada a que todos se ajoelham e mata quem não a adora", não devem ficar de fora dos temas a serem refletidos e falados nesta Quaresma.
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