"O navio encontra-se agora a cerca de 10 quilómetros do porto de Leixões, está neste momento a deslocar-se para bordo uma embarcação com tripulantes do navio, preparados para iniciar a manobra", disse Silva Rocha.
O comandante da Capitania sublinhou que apenas falta a autorização do armador, que ainda não chegou, mas que se "supõe que chegue em breve".
"Estimo que a operação poderá demorar cerca de três horas", afirmou.
O responsável, que falava em conferência de imprensa, em Leça da Palmeira, Matosinhos, distrito do Porto, lembrou que "o mau tempo [previsto para esta tarde] está a aproximar-se muito rapidamente".
"A partir do meio da tarde, teremos uma altura [das ondas] bastante problemática para a operação do navio e, portanto, exige alguma rapidez nesta fase. A decisão já estando tomada e havendo condições de segurança será mais rápido", sublinhou.
Questionado sobre a operação de trasfega do combustível, o comandante Silva Rocha frisou que "a prioridade é dar a entrada do navio, atracar em segurança".
"Depois iremos passar à fase seguinte, que tem a ver com a estabilização da situação e eventual descarga do material", disse, acrescentando que "não há fugas, nem há perigo ambiental".
"Já foram feitas medições através da Fragata Corte Real da Marinha Portuguesa, que se encontra a acompanhar o navio, e as medições permitem aferir, com grande grau de certeza, que a situação está estabilizada e não há perigo de incêndio", sustentou.
De acordo com o comandante Silva Rocha, "por causa das condições de mar, já não foi possível fazer uma entrada presencial no navio e, portanto, as medições foram feitas por equipamento eletrónico à distância".
Relativamente à origem do incêndio, o comandante disse na quarta-feira ainda desconhecer "o que aconteceu", adiantando que os 16 tripulantes da embarcação já começaram a ser ouvidos no âmbito do inquérito administrativo e técnico para perceber o que motivou a ocorrência e fazer uma avaliação do problema, mas sem qualquer cariz judicial.
Segundo a Marinha Portuguesa, o alerta para o incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, foi dado cerca das 15:30 de terça-feira para o "Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha".
O navio tinha 19 pessoas a bordo, todas de nacionalidade filipina.
A Marinha e a Autoridade Marítima Nacional alertam na quarta-feira para o "agravamento considerável" das condições meteorológicas e de agitação marítima em Portugal continental, desde as 06:00 de hoje e até ao meio-dia de sábado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já tinha colocado sob "aviso amarelo" nove distritos do continente até sexta-feira devido à previsão de agitação marítima, com ondas de noroeste com 4 a 4,5 metros.
O aviso destina-se aos distritos do Porto, Aveiro, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja (costa alentejana) e Braga.
O "aviso amarelo", o menos grave, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Leia Também: Navio no Douro "sem foco ativo de incêndio" nem derrame de combustível