"Independentemente das motivações que estiveram na origem deste ato criminoso, os lugares de culto e das respetivas comunidades devem ser sempre respeitados e preservados como espaços sagrados, sendo que nada justifica o recurso à violência", defendeu a diretora do secretariado nacional da Fundação AIS, Catarina Martins de Betencourt.
Citada num comunicado hoje divulgado, em que a fundação manifesta consternação com o ataque de terça-feira no Centro Ismaili de Lisboa e solidariedade para com os familiares das vítimas e a comunidade ismaelita, a responsável lembra ainda que "não se têm registado casos significativos de violência nem de discriminação por motivos religiosos" em Portugal.
Duas mulheres foram mortas na terça-feira no Centro Ismaili, em Lisboa, num ataque com uma arma branca por um homem que foi detido e que está hospitalizado após sido baleado pela polícia.
O ataque -- cuja motivação é ainda desconhecida -- fez mais um ferido, e foi condenado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
A Comunidade Muçulmana Ismaili em Portugal é constituída por cerca de 8.000 pessoas, que seguem os preceitos de um dos ramos xiitas do Islão. O Islão é uma das principais religiões monoteístas, cujos fiéis constituem um quarto da população mundial.
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou hoje que "não há um único indício" de que o ataque tenha sido um ato terrorista, admitindo ter resultado de "um surto psicótico do agressor".
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