Em comunicado, a associação explica que o objetivo é que "nenhuma vítima fique desamparada e sem apoio", depois de ter sido descontinuada a linha telefónica através da qual a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recebia denúncias.
"As vítimas que continuam a sentir necessidade de falar e de procurar ajuda não podem ficar sem resposta. As vítimas que agora ligam para o número da comissão precisam de ser encaminhadas para as organizações que prestam apoio especializado na área da violência sexual, para que tenham alguém que as escute e lhes dê a resposta de que precisam", defende o presidente da Quebrar o Silêncio, Ângelo Fernandes.
O responsável lembra que "estas pessoas passaram por eventos traumáticos" e defende que "é fundamental respeitar o tempo de que necessitam para falar das suas histórias de abuso", sublinhando que, apesar de a Igreja ter pedido às vítimas para denunciarem os crimes, "deu-lhes um prazo limitado".
"Não teve em mente a dimensão traumática e o tempo de que as vítimas podem precisar. Agora temos pessoas preparadas para darem este passo e a Igreja fechou-lhes a porta ao descontinuar a linha telefónica", criticou.
Ângelo Fernandes entende, por isso, que "é fundamental e de extrema urgência que as vítimas tenham uma alternativa".
"Pedimos à Igreja que faça o reencaminhamento das chamadas para as entidades de apoio especializado para vítimas de violência sexual", pede o responsável, acrescentando que isso pode ser feito tanto para a associação que dirige, como para a Associação de Mulheres contra a Violência (AMCV) ou a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
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