APAV apoiou em 2022 perto de 15 mil vítimas, quase mais 11% que em 2021

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou em 2022 perto de 15 mil vítimas diretas de crimes, com os crimes contra as pessoas, como a violência doméstica ou os crimes sexuais, a representarem 94% dos crimes registados.

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Lusa
05/04/2023 11:42 ‧ 05/04/2023 por Lusa

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violência doméstica

A associação divulgou hoje o seu relatório anual, com as estatísticas relativas a 2022, no qual refere ter feito 83.322 atendimentos, mais 25,5% do que em 2021, apoiando diretamente 16.824 pessoas.

"Estes atendimentos realizaram-se nos vários serviços de proximidade: Gabinetes de Apoio a` Vítima, Equipas Móveis de Apoio à Vítima, Polos de Atendimento em Itinerância, Sub-Redes Especializadas e Casas de Abrigo, Sistema Integrado de Apoio à Distância e Linha Internet Segura", refere a APAV, no relatório.
 
Acrescenta ter apoiado "um total de 14.688 vítimas diretas de crime e de violência, o que representa um aumento de 10,9% de vítimas face ao ano transato".

Segundo a APAV, estes números revelam que durante o ano passado, a associação atendeu, em média, todas as semanas 157 mulheres, 50 crianças e jovens, 30 homens e 29 idosos, o que representa igualmente 40 vítimas por dia.

"Entre todos os crimes e outras situações de violência registadas pelos vários Serviços de Proximidade da APAV, os crimes contra as pessoas, como a violência doméstica ou os crimes sexuais, representam cerca de 94% do total", refere a organização.

Relativamente aos crimes ou outras formas de violência reportadas, a violência doméstica surge de forma destacada, com 21.588 ocorrências, 77,4% do total, seguindo-se os crimes sexuais contra crianças e jovens, com 4,9% dos crimes.

A média de idades das crianças e jovens apoiadas pela APAV em 2022 é de 10 anos e 60% destas vítimas menores eram do sexo feminino.

"A Rede CARE -- apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual tem-se dedicado ao apoio especializado a este tipo de vítimas, partindo do modelo de apoio da APAV para o desenvolvimento de procedimentos próprios, específicos para esta tipologia de crime", refere a associação.

O perfil geral das vítimas que recorreram à APAV aponta para uma maioria de mulheres (77,7%), com idade média de 40 anos, e grau de escolaridade ao nível do ensino superior (7,3%).

Em termos de faixas etárias, as vítimas que recorreram à APAV em 2022 situavam-se fundamentalmente entre os 25 e os 54 anos de idade (39,6%), acompanhando uma tendência crescente já verificada em anos anteriores.

As vítimas menores (menos de 18 anos de idade) que procuraram apoio na APAV registam aumentos expressivos face a 2021, tendo-se registado no ano passado 2.595 (17,7%), o "maior número alguma vez registado pela APAV".

A associação refere que o número de pessoas idosas vítimas (65 ou mais anos de idade) é igualmente elevado, tendo havido 1.528 pessoas (10,4%), ainda que ligeiramente mais baixo do que em 2021, quando 1.594 (12%) pediram ajuda.

Relativamente ao autor do crime, a APAV refere ter tido conhecimento de 14.824 pessoas, a maior parte do sexo masculino (62%), "mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores".

A APAV destaca ainda que do total de contactos feitos para a associação, 47,8% foram feitos pela própria vítima, enquanto 43,1% foram por amigos, conhecidos ou familiares das vítimas.

Leia Também: Agente da PSP esfaqueado após intervir em caso de violência doméstica

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