"A única coisa que posso dizer é que a Marinha não mente e que o último incidente não teve origem em problemas mecânicos ou da plataforma, foi um erro humano que estamos a investigar", afirmou Gouveia e Melo.
O CEMA referia-se ao incidente que, no passado dia 27 de março, impediu o Mondego de cumprir uma missão na Madeira. De acordo com um comunicado da Marinha divulgado na segunda-feira, a causa da paragem súbita de quatro motores diesel, dois geradores elétricos e dois propulsores, resultou de baixos níveis de combustível no tanque de serviço que alimenta os respetivos motores e geradores.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado-Maior da Armada recusou comentar as estratégias dos advogados dos 13 militares que se recusaram a cumprir uma missão.
"Não vou começar a responder aos que os advogados pretendam que eu faça ou deixe de fazer. Nós fazemos o que temos de fazer, cumprimos com a lei e com os procedimentos legais", disse, quando questionado sobre a possibilidade de tornar os processos disciplinares da Marinha públicos.
Também questionado sobre as afirmações do antigo chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, de que a associação de Gouveia e Melo ao Palácio de Belém estava a prejudicar a Armada portuguesa, o CEMA disse estar "totalmente centrado" nas suas funções.
No passado dia 11 de março, o NRP [Navio da República Portuguesa] Mondego falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares terem recusado embarcar, alegando razões de segurança.
Gouveia e Melo encontrou-se hoje com Rui Moreira e com o presidente da associação para o Museu dos Transportes e Comunicações, Mário Ferreira, no âmbito das celebrações do Dia da Marinha, que este ano decorre no Porto, de 18 a 21 de maio.
[Notícia atualizada às 13h39]
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