O professor da Universidade do Algarve José Moreira vai suceder a Mariana Gaio Alves à frente do SNESup e, em declarações à Lusa, disse que o seu mandato será para continuar as lutas já travadas pela antecessora.
"Infelizmente, os principais problemas dos investigadores e professores do ensino superior são os que se arrastam há já uma série de anos: A precariedade, as condições de trabalho e a questão económica", disse José Moreira.
O futuro presidente do SNESup quer promover a valorização salarial, lembrando um estudo recente do sindicato que revelou que desde o início do século os professores perderam quase 30% do seu poder de compra.
"Entre 2004 e agora houve uma redução do poder de compra de entre 22% e 27%, dependendo da categoria, ou seja, atualmente em cada quatro salários perdemos um", contou José Moreira, que toma posse no sábado.
Outra das prioridades para este mandato é lutar contra a precariedade laboral que atinge entre "40% e 50% dos docentes" e cerca de 80% dos investigadores, acrescentou.
O professor auxiliar na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve saudou o trabalho desenvolvido pela anterior direção e disse à Lusa esperar retomar em breve o processo negocial com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, nomeadamente a revisão dos estatutos das carreiras e a negociação de um regime jurídico-laboral para o setor privado e cooperativo.
José Moreira foi eleito presidente da direção do SNESup para o biénio 2023-2025.
A nova direção do sindicato é composta por 25 membros e contará com Teresa Summavielle, investigadora principal no i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e Raul Jorge, professor auxiliar na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, como vice-presidentes.
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