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JMJ? Ornelas espera que "rede capilar de jovens" fique para o futuro

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) espera que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, a realizar em agosto, deixe para o futuro "a rede capilar de jovens" que se está a mobilizar nas paróquias e nas dioceses.

JMJ? Ornelas espera que "rede capilar de jovens" fique para o futuro
Notícias ao Minuto

16:02 - 30/04/23 por Lusa

País Jornada Mundial da Juventude

O bispo José Ornelas destaca o esforço "muito interessante, dentro da Igreja e fora dela", para a preparação da JMJ, nomeadamente a "articulação com autoridades, instituições, processos em curso, não só da logística, mas muito mais, de interesse, de motivação de pessoas".

"Isto é para mim o que é mais válido, o que está a acontecer, porque implica pessoas. Depois, basta que não entre toda a gente na ressaca do pós [jornada]", pois "isto criou um movimento" de apelo aos jovens, para que "saiam do sofá, das comodidades, do individualizar e criar cada um o seu caminho, a sua igreja e o seu grupo, para estar em ligação com outros", diz o também bispo de Leiria-Fátima, defendendo que "esta é a cultura que é preciso que passe para a Igreja, particularmente na nossa juventude, mas passe também para o mundo".

José Ornelas exemplifica ainda com a "estrutura" que está a ser criada em paróquias que não tinham grupo de jovens e agora têm. "Se nós conseguirmos manter esta rede capilar de jovens e manter os jovens dentro do seu núcleo, isto para mim é uma rede fundamental e luminosa", sublinha.

Quando se encontrar com o Papa Francisco, em Lisboa e em Fátima, onde também é esperado, José Ornelas "gostaria de lhe pedir que continuasse o seu ministério, como tem sido, como ele tem feito, porque tem sido um Papa que tem inspirado muito os nossos jovens, apesar da sua idade, mas tem apresentado caminhos novos para a sua Igreja".

"Quando a gente pensa que a Igreja, a Igreja institucional, é pesada e monótona e os profetas são aqueles que estão um bocado mais à margem, tem verdade, tudo isso. Mas, um Papa como este foi um profeta, o Papa João Paulo II, sem dúvida, foi um profeta no meio da Igreja. Mudou tantas coisas. E, portanto, estes papas tiveram uma dimensão profética muito grande de mudança e é esta mudança que está em curso, que é preciso confirmar e fazer com que tenha resiliência na Igreja para a sua continuação", afirma.

Além da JMJ, também Fátima é uma das preocupações do presidente da CEP, desde logo porque é o bispo titular do território onde se encontra o santuário mariano.

Admitindo que o santuário "tem uma dinâmica que está em constante transformação, para encontrar respostas novas para tempos novos", Ornelas diz ainda não se sentir "confortável" para dizer qual a linha a seguir [está à frente de Leiria-Fátima apenas há pouco mais de um ano], mas não hesita em apontar como importante que, tendo em conta a canonização de Francisco e Jacinta, em 2017, e o processo em curso relativo à Irmã Lúcia, que "Fátima deve focalizar, não simplesmente de um ponto de vista de reflexão e espiritual, mas também muito de ação concreta, a atenção aos mais pequenos, concretamente às crianças".

"Quando a gente vê que no mundo morrem todos os dias muitas crianças, em números horrorosos, de fome, de crianças que são usadas a todos os níveis, de crianças que não têm escola, isto não pode passar ao lado do Santuário", defende o bispo, lembrando que "Maria veio precisamente para estas crianças".

"Fátima tem de ser isto, para que não corra o risco, como santuário, de ser um nicho onde se vai fazer devoções e depois se volta e tudo continua na mesma. Mas que seja algo que mexa com as pessoas, e a função dos santuários é precisamente essa. E dada a projeção internacional que tem, o santuário pode fazer a diferença", acrescenta o presidente da CEP, para quem "o santuário é uma bênção para aquela diocese, do ponto de vista espiritual, de dinâmica de vida para mais novos e mais velhos, da própria projeção da diocese e abertura de caminhos".

O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, foi nos últimos dias reconduzido cargo, para novo período de cinco anos. O sacerdote é reitor do maior santuário do país desde 2011, ano em que substituiu no cargo Virgílio Antunes, então nomeado bispo de Coimbra.

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