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Uso da bicicleta é "débil" na AMP e anda-se a pé "não pelas boas razões"

A utilização da bicicleta é "débil" na Área Metropolitana do Porto (AMP) e anda-se a pé "não pelas boas razões", mas devido à "ineficiência do sistema de transportes", segundo a Estratégia de Ação para 2030, consultada hoje pela Lusa.

Uso da bicicleta é "débil" na AMP e anda-se a pé "não pelas boas razões"
Notícias ao Minuto

09:45 - 05/05/23 por Lusa

País AMP

pois ainda débil a utilização da bicicleta como meio de transporte alternativo para os movimentos quotidianos até 10-15 km [quilómetros], em grande parte resultante da agressividade do sistema automóvel (insegurança rodoviária e sinistralidade associada), o que também decorre da falta de infraestrutura dedicada", pode ler-se na Estratégia e Prioridades de Ação da AMP 2030, datada de setembro do ano passado e publicada no final de março.

O documento assinala que "em face da importância do número e alcance das ligações intermunicipais de contiguidade prevista para a AMP no Programa Portugal Ciclável 2030, é de esperar um decisivo impulso na aposta neste meio de transporte", e "caberá aos municípios saber complementar essas oportunidades com redes intraurbanas associadas e que, simultaneamente, as integrem".

Quanto à quota associada ao modo 'a pé', "muito embora de valores muito variáveis de município para município, resulta não pelas boas razões (infraestrutura adequada = opção consciente), mas antes da ineficiência do sistema de transportes", refere o documento.

Em causa estão circunstâncias como o "congestionamento, falta de oferta alternativa, baixo poder económico", havendo "um longo caminho a percorrer na reforma dos espaços-canal em favor da multimodalidade e do reforço consistente da infraestrutura pedonal (dimensão e eficácia), que tem de ser complementada pela utilização da bicicleta".

No âmbito da criação de corredores de autocarro e elétrico, é também apontada a criação de redes de "ciclovias conectadas entre si e percursos pedonais de ligação entre geradores de viagens e de acesso ao transporte coletivo".

A AMP aponta ainda a "crescente ocorrência de fenómenos extremos de calor", que "exigirão para o espaço público a definição de intervenções integradas em termos da bioclimatização dos canais das circulações 'a pé' e bicicleta".

Para a AMP, os fenómenos exigem "uma nova articulação" entre "a organização da infraestrutura de transportes", a "gestão ambiental (redes de espaços verdes que regulam humidade e pluviosidade com a adequada escolha das espécies arbóreas) e "a componente urbanística do espaço público na sua dimensão social e construída".

"Estarão em causa a introdução dos elementos do 'verde' (climatização e biodiversidade urbana) e da 'água' (bolsas inundáveis e maior permeabilidade dos pavimentos, p.ex.), numa combinatória capaz de proporcionar conforto térmico indutor da maior utilização dos modos suaves, equilibrando a repartição modal nas deslocações intraurbanas", refere o documento.

A AMP aponta que a "infraestrutura pedonal, ciclável e de bioclimatização (verde e água)" possa ser "o principal contributo, a prazo, para o equilíbrio da repartição modal, considerando as limitações de investimento que sempre existirão ao crescimento contínuo da oferta de transporte coletivo e de equipamento de apoio que o estruture de forma intermodal".

"A qualificação do espaço público das urbanizações de forte densidade residencial é uma atuação estratégica para a melhoria da qualidade de vida local", sendo também referidos investimentos "que potenciem uma rede de ligações designada por percursos 'natureza' (conectores metropolitanos) e que ajudarão a construir uma estrutura de mobilidade útil, em muitos troços, aos movimentos quotidianos".

Leia Também: AMP sugere redesenho da rede da STCP e novos corredores de elétrico

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