Investigadores de Coimbra estudam bioprocesso para remover microplásticos

Investigadores da Universidade de Coimbra lideram uma investigação que procura desenvolver um bioprocesso à base de resíduos agroflorestais para remover microplásticos das estações de tratamento de águas residuais (ETAR), no âmbito do projeto 'Make water cleaner'.

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Lusa
10/05/2023 15:36 ‧ 10/05/2023 por Lusa

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Coimbra

"Este estudo, que tem como principal objetivo perceber qual o potencial de contaminação proveniente de efluentes industriais após tratamento nas estações de tratamento interno das empresas, está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT)", refere um comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo a investigadora Solange Magalhães, citada na nota, "já foi possível identificar qual a composição dos principais microplásticos encontrados, sendo que o mais abundante nos efluentes das diferentes indústrias é o polietileno tereftalato (PET), um polímero largamente usado em diferentes indústrias".

"As propriedades físico-químicas dos microplásticos encontrados indicam que, na sua maioria, estes apresentam carga de superfície negativa, pelo que os biofloculantes que estão as ser desenvolvidos e que foram obtidos a partir de resíduos agroflorestais e de biomassa, proveniente de espécies invasoras, promovem uma eficiente floculação e, posterior, remoção dos efluentes", explicou.

A investigadora adiantou que a floculação é uma etapa essencial no tratamento tradicional de efluentes, muito utilizada nas ETAR.

O comunicado salienta que, dado o elevado consumo de plásticos e o pouco cuidado por parte dos utilizadores em fazer uma correta separação e encaminhamento para reciclagem, a contaminação do meio ambiente por microplásticos tornou-se num problema emergente em todo o mundo.

Para a equipa de investigação da Universidade de Coimbra, "todas as tecnologias que permitam minimizar esta problemática têm elevado interesse a nível ambiental e social".

"A valorização de um resíduo de biomassa e o desenvolvimento de um produto que previne a contaminação ambiental, evitando o uso de compostos de origem sintética, tem também um alto impacto", sublinhou Solange Magalhães.

O projeto 'Make water cleaner', financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), conta com a participação de investigadores do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade do Algarve, e do Centro de Investigação FSCN da MidSweden Univeristy, na Suécia.

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