Seca. Setúbal não espera problemas imediatos no aquífero do Tejo

Os municípios de Setúbal querem aprofundar o conhecimento do aquífero da Bacia do Tejo, que abastece toda a região, embora não antecipem problemas imediatos na captação de água devido à seca que afeta toda a região e o país.

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© José Neves / Global Imagens 

Lusa
11/05/2023 14:52 ‧ 11/05/2023 por Lusa

País

Seca

Contactada pela agência Lusa, a Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal (AIA), que representa os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, disse que não se prevê um rebaixamento estrutural dos níveis piezométricos (altura entre a superfície do terreno e o lençol de água subterrâneo) do aquífero da Bacia do Tejo a curto ou médio prazo.

A AIA admite, no entanto, que o eventual aumento do consumo de água, bem como a previsível alteração do clima, com cenários que apontam para redução de pluviosidade, com concentração do período de chuvas e incremento da temperatura, constituem motivos de preocupação para o futuro.

Para fazer face a esses cenários, de alterações climáticas e aumento do consumo de água, os municípios da Península de Setúbal que integram a AIA defendem que é prioritária a criação do Sistema Intermunicipal de Abastecimento Público de Água em Alta, que tem como objetivo a gestão conjunta das necessidades hídricas do abastecimento público.

Aqueles municípios defendem, por outro lado, que a exploração do aquífero da Bacia do Tejo, o maior de todo o território nacional, deve ser progressivamente deslocada para o interior da zona nordeste da Península de Setúbal, acedendo a zonas com boa produtividade e poupando as zonas com risco de sobre-exploração e salinização.

De acordo com a AIA, foi já definido como objetivo intermunicipal imediato um aumento da capacidade de acompanhar e monitorizar o aquífero, designadamente a evolução da piezometria da massa de água no território da Península.

Nesse sentido, a AIA adianta que já está a desenvolver esforços para a criação de um grupo de trabalho que envolva meios próprios, bem como de parcerias, quer com a autoridade que gere a Bacia do Tejo, quer com outros parceiros de âmbito científico e técnico, com o objetivo de melhorar a robustez da informação que os municípios têm ao seu dispor para a formação das políticas públicas, no âmbito das suas competências que implicam o uso dos recursos hídricos.

Leia Também: Presidente da CIM do Baixo Alentejo critica falta de resposta à seca

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