"Era o que mais faltava um ministro deixar-se afetar pelo ruído"
O ministro das Infraestruturas falou aos jornalistas em Mangualde, a propósito da visita à obra de modernização do troço Mangualde - Celorico da Beira.
© Global Imagens
País caso Galamba
"Sinto-me extremamente motivado todos os dias. Motivado, a concretizar e a trabalhar", começou por dizer o ministro das Infraestruturas, em Mangualde, quando questionado pelos jornalistas sobre as polémicas que rodearam o seu ministério nas últimas semanas.
João Galamba remeteu depois mais explicações para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, onde será ouvido na quinta-feira. "O meu trabalho não é responder sobre a comissão de inquérito", referiu.
"Como se vê, continuo a ter todas as condições. Tinha, tenho e terei. Continuo a fazer o meu trabalho como sempre fiz", asseverou, quando questionado novamente.
Passando a 'batata quente' a António Costa, disse ainda que a manutenção do Governo depende "sempre de duas avaliações, da do próprio e da do primeiro-ministro. E eu deixei à consideração do primeiro-ministro".
Indagado sobre se a opinião pública não o afetava, atirou: "Era o que mais faltava um ministro deixar-se afetar pelo ruído".
Recorde-se que o ministro João Galamba será ouvido na Comissão Parlamentar de inquérito à TAP na quinta-feira. No dia anterior será a vez do seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro e da chefe de gabinete.
O apelidado caso Galamba, que remonta a 26 de abril, envolveu denúncias contra o ex-adjunto Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido. A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do mesmo computador por conter, alegadamente, informação classificada.
O episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que apresentou a sua demissão, mas que António Costa não aceitou.
Frederico Pinheiro acusou o Ministério de tentativa de ocultação de documentos pedidos pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, relativamente às notas do ex-adjunto da reunião preparatória da audição da ex-presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, na véspera da audição na comissão parlamentar de Economia, em janeiro.
Galamba negou as acusações, sublinhando que não houve ocultação uma vez que as notas, enviadas pelo ex-adjunto no corpo de um email, foram endereçadas à comissão de inquérito.
[Notícia atualizada às 16h47]
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