Do telemóvel aos documentos. Gabinete de Galamba 'na mira' da PJ e MP

Serão investigadas as ações que levaram ao atraso na entrega de documentos à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

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© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Notícias ao Minuto
20/05/2023 11:13 ‧ 20/05/2023 por Notícias ao Minuto

País

Ministério das Infraestruturas

O gabinete do ministro das Infraestruturas, João Galamba, vai ser alvo de investigações por parte da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP), avança, este sábado, a SIC.

De acordo com a estação televisiva, está prevista a investigação de suspeitas de desvirtuamento de documentos e regimentos em equipamentos eletrónicos.

Segundo a mesma fonte, tanto a PJ como o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa vão 'estudar' os comportamentos que levaram ao atraso na entrega de documentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP.

Nesta investigação serão tidos em conta não só as ações do ex-assessor, Frederico Pinheiro, como também as dos membros do gabinete do ministro das Infraestruturas. Mais especificamente, a PJ e o MP querem saber quando (e se) os documentos que estavam no computador de Frederico Pinheiro foram desvirtuados - e se antes ou depois da ordem de exoneração dada pelo responsável pela pasta, João Galamba.

A investigação deverá incidir também no eventual desvirtuamento feito nas últimas semanas de documentos e dados do telemóvel do ex-assessor, que foi deixado à guarda da CPI para ser encaminhado para a PJ.

Assim, o período investigado começará antes da noite de 26 de abril, quando o ex-assessor entrou no ministério em questão para levar o computador - situação que se agravou e fez com que mais uma polémica fosse levada à CPI, nomeadamente, esta semana, quando tanto o ministro como ex-assessor - e ainda a chefe de gabinete, Eugénia Correia - foram ouvidos pelos deputados no Parlamento.

A ação deverá debruçar-se até à entrega do equipamento levado do ministério às entidades competentes, nomeadamente, o agente do Serviço de Informações de Segurança (SIS), ao gabinete de gestão de Informática do Estado e depois à Polícia Judiciária.

No início da próxima semana estará prevista uma reunião entre o DIAP de Lisboa e a PJ para acertar toda a estratégia desta sensível investigação.

MP já tinha confirmado investigação no 'Caso Galamba'

Recorde-se que, esta semana, o MP já tinha confirmado que estava a investigar os acontecimentos no Ministério das Infraestruturas que envolveram o gabinete do ministro e o ex-adjunto.

"Confirma-se, como já é do domínio público, a existência de inquérito tendo por objeto os factos ocorridos no Ministério das Infraestruturas e aqueles que com os mesmos se encontrem relacionados. Este inquérito é dirigido pelo DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] Regional de Lisboa e encontra-se em segredo de justiça", referiu a Procuradoria-Geral da República (PGR), na quinta-feira.

Do ministério das Infraestruturas... à CPI

A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação do computador, algo que o primeiro-ministro, António Costa, se apressou a defender nos primeiros dias em que a polémica 'rebentou'.

Na audição do ministro das Infraestruturas, na passada quinta-feira, ficou defendido que os contactos entre o SIS e as Infraestruturas foram feitos pela chefe de gabinete, Eugénia Correia.

Ainda na CPI, falou-se das polémicas agressões que aconteceram no ministério, com Frederico Pinheiro a asseverar que "não agrediu ninguém" - e que foi "o agredido e não o agressor". Já ontem, em entrevista à CNN Portugal, foi mais longe e disse mesmo que não só Galamba, como Costa o "difamaram publicamente". "É claro", rematou.

Quanto ao ex-adjunto, o ministro João Galamba disse que tinha estado "a tirar muitas cópias não se sabe bem para quê" no Ministério.

As "divergências" entre Marcelo e Costa

Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que apresentou a demissão, mas que António Costa não aceitou.

Marcelo alegou, na altura, que havia "divergências de fundo" com Costa, mas não dissolveu o Parlamento, assunto que foi sido trazido para cima da mesa no meio desta polémica.

Leia Também: Caso Galamba? "Teve impacto", mas não é "centro das preocupações"

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