O estudo "Crianças e Jovens Vítimas de Crime e de Violência -- Estatísticas 2022" realizado pela APAV, a que a agência Lusa teve hoje acesso, mostra que Faro registou 674 casos de crianças e jovens vítimas de crime e ou violência (26% do total registado pela APAV), Lisboa registou 392 casos (15,1%) e Braga 288 (11,1%).
Questionada pela Lusa sobre as razões para que o distrito de Faro, no Algarve, seja o que regista mais crianças e jovens vítimas apoiadas em 2022, a assessora técnica da direção da APAV, Carla Ferreira, disse à Lusa que uma das razões se relaciona provavelmente com o facto de ser uma região onde há sazonalidade e muitas pessoas a transitar. A outra razão possível pode estar relacionada com a oferta que a APAV dá na região algarvia.
No caso de Faro "há menos entidades de apoio e, portanto, acabam por eventualmente ser canalizados mais pedidos de ajuda para os nossos serviços de apoio. (...) Mas também podemos estar a falar aqui de muitas situações, por exemplo, sazonais, de pessoas que vêm cá transitoriamente, há uma situação de violência e acabam também a entrar por aqui. Portanto, esta maior concentração de respostas da APAV também tende a dar expressão ao próprio distrito", considerou Carla Ferreira.
Nos casos dos distritos de Lisboa e Braga predomina a "dimensão populacional. Maior população, maior possibilidade de haver mais situações", acrescentou a especialista.
A APAV destacou ainda o distrito do Porto, que aparece em quarto lugar entre os distritos com mais crianças e jovens vítimas apoiadas pela APAV em 2022, e que totalizou 245 casos (9,4% do total).
O número de crianças e jovens vítimas de crime e violência apoiadas em 2022 pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) foi de 2.295, um aumento de 32% face ao ano anterior.
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