Greve de professora em Gondomar deixa 200 alunos sem prova de aferição
A greve da professora detentora da 'password' da prova de aferição de Português, impediu hoje cerca de 200 alunos do 5.º ano da Escola Júlio Dinis, em Gondomar, de a fazer, denunciou à Lusa a associação de pais.
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País Provas de aferição
Segundo Ana Melo, presidente daquela associação, "os alunos foram surpreendidos hoje de manhã com a informação da greve da professora responsável pelos códigos de acesso à prova".
"É a primeira vez que acontece nesta escola. A prova de aferição de Educação Física decorreu normalmente, mas atendendo à greve nacional de professores anunciada para 06 de junho e que vai coincidir com os exames nacionais, a situação torna-se preocupante", afirmou a representante dos encarregados e educação.
Ana Melo confirmou ter sido a "falta da professora coadjuvante" a provocar a situação, tendo a escola "afixado hoje de manhã o aviso da greve" que surpreendeu os alunos das dez turmas em aferição.
"Disseram-me que há outras escolas no concelho onde aconteceu a mesma situação, mas não me disseram quais são", acrescentou.
Perante esta situação, Ana Melo questiona "onde está o direito à educação consagrado na Constituição Portuguesa".
Frisando que não quer "beliscar os direitos dos professores", afirmou que "os alunos têm direito à educação e o que está a acontecer é um atentado à escola pública".
"Temos uma das melhores escolas públicas do país, mas não estão a ser respeitados os direitos do alunos e isso complica-nos a situação, pois sendo os nossos filhos educados através do exemplo, começa a ser difícil motivar os meus filhos para estudar, porque a resposta deles é que vai haver greve [aos exames nacionais]", alertou Ana Melo.
A Lusa tentou uma reação da direção da escola, mas até ao momento não foi possível.
O cronograma do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) definiu que a 24 de maio os alunos do 8.º ano cumprissem a "componente de Observação e Comunicação Cientifica da prova de Ciências Naturais e Físico Química" e a 2 de junho os alunos do 5.º ano façam a prova de Português.
Seguem-se as provas de Ciências Naturais e Físico Química (8.º ano), História e Geografia de Portugal (5.º ano) e Matemática (8.º ano) e só a 15 de junho chegam as provas do 2.º ano em formato digital: primeiro Português e Estudo do Meio e a 20 de junho Matemática e Estudo do Meio.
As primeiras provas digitais foram testadas pelo IAVE em 2018 por alunos do 8.º ano que fizeram um teste de Matemática e, no ano passado, realizou-se um projeto piloto com seis mil alunos dos 2.º, 5.º e 8.º anos.
Este ano, será a vez de um grupo de alunos do 9.º ano testar as provas digitais, para que em 2024 sejam universais para todos os finalistas do 3.º ciclo.
A primeira fase das provas finais do 9.º ano realizam-se em 16 de junho (Matemática) e em 23 de junho (Português), altura em que já terão começado os exames nacionais do secundário.
Os exames dos cerca de 150 mil alunos do secundário inscritos nas provas dos 11.º e 12 anos arrancam em 19 de junho, com as disciplinas de Português, Italiano e Mandarim e terminam em 3 de julho com Geometria Descritiva A e História B.
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