"Controlo de fronteiras, reforço operacional, condições remuneratórias pelo trabalho excecional, ajudas de custo a 100% para deslocados, turnos reduzidos de oito horas para seis horas, condições de alojamento, transporte, refeições, articulação com o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais e testes às redes de comunicações são algumas das importantes matérias que têm sido acauteladas em tempo", disse José Luis Carneiro durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades Garantias.
O ministro disse que a JMJ, que vai acontecer em Lisboa na primeira semana de agosto, tem vindo a ser preparada desde junho de 2022 e realçou "o trabalho de planeamento estratégico, operacional e tático, feito por todos os integrantes do Sistema de Segurança Interna, sob a coordenação de Paulo Vizeu Pinheiro e de cada nível de comando".
"Tudo tem corrido bem", disse, saudando "a cooperação e a articulação que tem existido, entre as forças e serviços de segurança, emergência e proteção civil e todas as outras entidades envolvidas na organização".
O ministro esclareceu ainda os deputados sobre o dispositivo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a JMJ, afirmando que estão afetos ao encontro mundial 7.000 bombeiros, mas este número poderá aumentar em caso de necessidade.
"Se for necessário serão mobilizados outros recursos de outras regiões do país", disse, frisando que o dispositivo da Proteção Civil para a JMJ será independente dos meios para o combate aos incêndios.
Na semana passada, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil indicou que a estrutura da Proteção Civil para a Jornada Mundial da Juventude pode chegar aos 25 mil bombeiros.
O ministro foi questionado por vários deputados sobre os protestos que os elementos das forças e serviços de segurança têm previsto para a semana da JMJ, nomeadamente dos chefes da PSP, tendo José Luís Carneiro respondido que os polícias têm o direito à manifestação e que deve ser respeitado.
"No entanto, todos temos confiança muito grande no cumprimento de serviço público e de missão e de defesa dos valores nacionais da parte das forças de segurança", disse, frisando que já reuniu várias vezes com os sindicatos.
Avançou que, nos próximas dias, a secretária de Estado da Administração Interna vai voltar a reunir-se com os sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR, estando em cima da mesa os serviços gratificados e as questões relacionadas com a segurança, higiene e saúde no trabalho.
O governante destacou ainda a valorização das condições salariais dadas aos elementos da PSP e GNR, os investimentos que estão a ser feitos no alojamento e habitação, bem como as melhorias nas condições de trabalho.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.
[Notícia atualizada às 13h52]
Leia Também: JMJ. GNR vai contar com o apoio de militares de França, Espanha e Itália