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Galamba recusa ter mentido na CPI: "Não, não menti"

Ministro recusou ter mentido na sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

Galamba recusa ter mentido na CPI: "Não, não menti"
Notícias ao Minuto

17:45 - 10/06/23 por Carmen Guilherme com Lusa

País Galamba

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, recusou, este sábado, ter mentido na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

Em declarações à RTP3, ao ser confrontado com as acusações de que mentiu na CPI, uma vez que a sua versão não coincide com a do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, João Galamba foi claro: "Não, não menti. Não menti", disse o ministro, no Peso da Régua, onde se encontra no âmbito das comemorações do 10 de Junho.

Antes, o ministro das Infraestruturas tinha-se mostrando indiferente ao facto de ter sido vaiado por populares na chegada às cerimónias, referindo que o seu "foco" é o trabalho.

"Olhe, eu vim hoje ao Peso da Régua, no 10 de Junho, num momento excelente para a Régua, para o Douro, que foi o momento em que desbloqueámos a eletrificação da linha do Douro", disse.

"Como já disse várias vezes e continuo a dizer, o meu foco neste momento é o trabalho. Tenho muito trabalho a fazer. Tive receções boas e más como tenho em todo o lado", acrescentou.

Interrogado sobre se não é, atualmente, um ministro mais fragilizado, João Galamba insistiu que irá continuar a "trabalhar e a concretizar os projetos" que tem em mãos: "Sou um ministro com muitas coisas para fazer e com coisas que continuarei a fazer a bem do país e dos diferentes territórios".

Já sobre o facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter afirmado, no seu discurso, que é "preciso cortar os ramos mortos, que atingem a árvore toda" - uma frase vista por muitos como um 'recado' sobre si - Galamba disse encarar as críticas com "naturalidade".

"O meu foco não é responder a críticas, é executar o meu trabalho. E é nisso que eu estou empenhado e é isso que continuarei a fazer", rematou.

De sublinhar que, numa outra declaração, ao ser interrogado sobre se não devia sair do Governo, apresentando novamente a demissão, para facilitar o trabalho de António Costa, o ministro atirou: "Facilitar a vida ao primeiro-ministro é fazer um bom trabalho, que é o que eu tenciono continuar a fazer".

Recorde-se que João Galamba encontra-se atualmente no centro de uma polémica relativa aos incidentes que decorreram, na noite de 26 de abril, no Ministério das Infraestruturas.

O referido caso envolve denúncias contra Frederico Pinheiro, ex-adjunto de Galamba, por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido exonerado por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" inerentes ao exercício das funções.

A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que apresentou a sua demissão, mas que António Costa não aceitou.

Na última semana, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro confirmou, no Parlamento, ter falado com João Galamba na noite de 26 de abril, mas rejeitou qualquer causalidade entre esse telefonema e o reporte aos serviços de informação do computador levado do Ministério das Infraestruturas.

"Não, o reporte aos serviços de informação da República, ao Sistema de Informações da República não decorreu nem de nenhuma sugestão, nem de nenhuma orientação, nem de nenhuma indicção da minha parte, nem da parte de nenhum membro do Governo. E era assim que tinha de ser", vincou António Mendonça Mendes.

Antes, no dia 18 de maio, numa audição na CPI, João Galamba afirmou que quem lhe disse em 26 de abril para contactar o SIS,  depois de Frederico Pinheiro ter levado o portátil do Ministério, foi António Mendonça Mendes.

[Notícia atualizada às 18h06]

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