O padre Mário Rui Pedras, pároco de São Nicolau e Santa Maria Madalena, em Lisboa, e um dos quatro do Patriarcado de Lisboa que estava suspenso do exercício de funções por acusações de abusos sexuais, vai voltar a celebrar missa publicamente no próximo domingo.
A informação foi avançada pelo próprio, num comunicado partilhado na página da paróquia, no qual Mário Rui Pedras dá conta que é "uma vítima inocente de uma difamação anónima" e que a "justiça foi reposta".
"No dia 12 de junho, o instrutor da investigação deu por finda a averiguação prévia e dada a inverosimilhança da denúncia, propôs ao Bispo que fosse levantado o 'afastamento preventivo'", lê-se na nota, acrescentando que a medida foi aplicada dois dias depois, na quarta-feira, pelo Patriarca de Lisboa.
O sacerdote diz ainda considerar "chocante, arrepiante mesmo, o potencial de destruição permitido a um ato mentiroso de cobardia".
Mário Rui Pedras aponta também que, durante os três meses em que esteve afastado, percorreu "em silêncio, em sofrimento e em paz interior" um "caminho de cruz".
No final da missiva, o padre dá conta que recomeçará "a celebrar publicamente nas missas do dia 18 de Junho, XI Domingo do Tempo Comum".
Recorde-se que o padre Mário Rui Pedras, confessor e orientador espiritual do líder do Chega, André Ventura, juntamente com outros três padres, constava na lista de nomes identificados por alegados abusos praticados por membros da Igreja Católica ou nas suas instituições, entregues pela Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais sobre Crianças na Igreja ao Patriarca de Lisboa.
O responsável negou as acusações de que era alvo, pormenorizando a situação, e dizendo que a denúncia anónima não "fornece qualquer pista para levar a cabo uma investigação". "A notícia assim transmitida chocou-me profundamente", confessou, na altura.
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