Comandos. Militar saiu do coma induzido e evolução clínica é "favorável"
O caso aconteceu a 12 de junho, e o jovem ter-se-á sentido mal devido ao calor, no âmbito da "instrução de marcha-corrida, com a distância de 15 quilómetros".
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País Comandos
O militar que se encontrava internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, desde 12 de junho, já saiu do coma em que estava induzido, na sequência de um incidente durante o curso de Comandos.
"Relativamente ao Militar que se encontra internado no Hospital de Santa Maria, comunica-se que já saiu do coma induzido, encontrando-se a respirar de forma autónoma, com evolução clínica favorável.", lê-se num comunicado publicado na página do Exército.
Após ser questionado sobre o assunto pelo Notícias ao Minuto, o Exército esclareceu, na terça-feira, em comunicado enviado às redações, que o militar em causa, o indivíduo "do sexo masculino" foi assistido "pela equipa médica militar" nesse dia, na sequência de uma prova de "marcha-corrida, com a distância de 15 quilómetros" e uma "carga de cinco quilos".
Perante a situação, o INEM também foi acionado, tendo deslocado este militar até ao hospital em questão, onde este último foi diagnosticado com um "golpe de calor" e admitido na Unidade de Cuidados Intensivos "pelos riscos inerentes de falência de órgãos foi admitido nos cuidados intensivos". "A situação neurológica aconselhou a ser induzido o coma", referiam os responsáveis do Exército na nota.
O mesmo comunicado referia ainda que o atual Curso de Comandos - edição 139.º - foi interrompido após o incidente de "até à conclusão da avaliação clínica de todos os instruendos", tendo já sido, entretanto, retomado.
O 139.º Curso de Comandos iniciou-se a 12 de abril deste ano, contando atualmente com "22 instruendos em formação de um total inicial de 52 formandos", refere o mesmo comunicado.
As reações
Na terça-feira, o Presidente da República, reagiu a este caso - que não é único. Marcelo Rebelo de Sousa garantiu na altura que "tem acompanhado de perto, desde o dia em que ocorreu a situação, a evolução do estado de saúde". Numa nota publicada no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu, pela mesma via, que esteve "sempre em contacto com as Chefias Militares e com os familiares" durante todo o processo. E desejou, ainda, a este comando "uma recuperação o mais rápida possível".
Também a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, se pronunciou sobre a situação, e, tal como Marcelo, referiu que estava a acompanhar os desenvolvimentos "desde o primeiro momento". Em comunicado enviado às redações, a tutela reforçou que o "militar teve necessidade de assistência médica durante uma atividade de corrida realizada no Regimento de Comandos, no dia 12 de junho".
Situação não é única
Já no 127.º Curso de Comandos, em Alcochete, houve situações semelhantes causadas devido ao calor. Na altura, em 2016, dois militares acabaram por morrer no âmbito deste curso, após sofrerem um golpe na chamada 'prova zero'. As vítimas mortais, Hugo Abreu e Dylan Silva, tinham 20 anos.
Na mesma altura um outro militar sentiu-se indisposto na instrução técnica de combate, tendo também sido diagnosticado com "golpe de calor" e posteriormente sido retirado para a enfermaria de campanha. Mais tarde, foi levado para o Centro Hospitalar Barreiro Montijo.
Neste âmbito, oito oficiais, oito sargentos e três praças - todos dos Comandos e a maioria instrutores - foram acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física. Segundo a acusação, os arguidos atuaram com "manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos". Dos 19 arguidos, três foram condenados a penas suspensas de prisão. As famílias recorreram da decisão.
[Notícia atualizada às 16h56]
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