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Junta de Santa Maria Maior insiste na construção de mesquita na Mouraria

O presidente da junta de Santa Maria Maior insistiu hoje na necessidade de construção de uma mesquita na Mouraria, anunciada há mais de 10 anos para a freguesia de Lisboa, mas sobre a qual ainda não há decisão definitiva.

Junta de Santa Maria Maior insiste na construção de mesquita na Mouraria
Notícias ao Minuto

14:18 - 28/06/23 por Lusa

País Lisboa

O socialista Miguel Coelho foi hoje cumprimentar a comunidade do Bangladesh em Lisboa, no âmbito da cerimónia religiosa da Festa do Sacrifício, assinalada em todo o mundo, e que levou também muçulmanos residentes em Lisboa a realizar uma oração no Martim Moniz.

"Aproveitei também para lhes reiterar a minha posição, de que eu sou a favor da mesquita na Mouraria, cumprindo aliás uma decisão unânime da Câmara Municipal de Lisboa, ainda no tempo em que era presidente da Câmara o doutor António Costa [PS], aprovada por unanimidade por todos os partidos políticos na vereação, incluindo o PSD", que agora lidera a autarquia, disse Miguel Coelho.

O autarca considerou que "faz todo o sentido" um projeto de renovação para a Mouraria, com a construção de uma mesquita no local, onde existe uma grande comunidade muçulmana, que atualmente exerce o culto religioso num prédio antigo que adquiriram, mas que não tem grandes condições.

"Parece que está congelado [o projeto]. É uma espécie de 'nim' ao estilo do senhor presidente da Câmara, que não gosta de assumir posições que possam suscitar reação. Mas, enfim, quem lidera, quem governa, às vezes tem que tomar decisões que podem não ser unânimes, mas tem que as tomar na mesma e, portanto, este processo tem que terminar e é justo fazer-se uma mesquita na Mouraria", disse.

O projeto para construção de uma nova mesquita em Lisboa, na Mouraria, para a comunidade muçulmana do Bangladesh surgiu em 2012, ainda era presidente da Câmara António Costa.

Inicialmente estava prevista a demolição de edifícios para a criação de uma praça que permitisse aceder ao local de culto através do atravessamento pedonal entre a Rua da Palma e a Rua do Benformoso.

No entanto, a contestação nos tribunais à expropriação de dois edifícios por parte dos proprietários atrasou todo o processo. Em fevereiro, o executivo camarário admitiu reformular o projeto.

Miguel Coelho destacou que passam pela freguesia cerca de dois mil muçulmanos, sobretudo originários do Bangladesh e ligados ao comércio ou outras atividades, uma minoria dos quais são cidadãos nacionais, embora a mesquita no local fosse servir cerca de 20 mil muçulmanos, de outras partes do distrito de Lisboa.

"É uma comunidade resiliente, trabalhadora e que se integra bem" na sociedade portuguesa, "embora tenha naturalmente orgulho nas suas próprias origens e cultura", acrescentou.

O autarca lembrou ainda que, embora poucas pessoas saibam, "a comunidade do Bangladesh participa com os seus representantes na procissão católica da Senhora da Saúde, por exemplo".

"Portanto, é uma comunidade que está aqui integrada, que muitas vezes é vítima de insultos e de mau tratamento por parte de algum populismo político", afirmou.

Na semana passada, o PS na Assembleia Municipal de Lisboa criticou o "ruidoso silêncio" sobre o projeto de construção de uma mesquita na Mouraria.

"O seu ruidoso silêncio na questão da nova mesquita tem de ter um fim, em nome da dignidade e felicidade de uma comunidade a quem o país deve muito e a quem, o senhor, está a falhar", declarou o deputado do PS Pedro Roque, criticando a falta de intervenção de Carlos Moedas sobre o projeto.

Em resposta, o presidente da câmara frisou que "Lisboa é uma cidade aberta a todas as religiões", com liberdade religiosa, enquanto o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), disse que o município desenvolveu todos os procedimentos que tinha de fazer sobre o projeto da mesquita na Mouraria e "não houve nenhuma decisão" em relação a essa matéria.

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