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Putin? "Perigosidade que já revelou suficiente para estarmos preocupados"

Primeiro-ministro defendeu, no entanto, que o "ponto fundamental" é "continuar a apoiar a Ucrânia".

Putin? "Perigosidade que já revelou suficiente para estarmos preocupados"

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, esta sexta-feira, que o "nível de perigosidade" que o presidente russo, Vladimir Putin, já revelou "é suficiente para estarmos preocupados". 

Costa falava numa conferência de imprensa, em Bruxelas, após o Conselho Europeu, tendo sido interrogado sobre se, depois de uma reunião à porta fechada com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, havia mais clareza sobre o que aconteceu em Moscovo, especificamente a curta rebelião espoletada pelo grupo Wagner.

"Houve algum nível de informação partilhado, mas não há, digamos, nenhuma indicação muito mais clara para além daquilo que creio que todos podemos constatar: quebra da coesão interna dentro da Rússia, um sinal, de facto, de enfraquecimento da liderança de Putin", afirmou.

"Mas nada disso altera aquilo que é o ponto fundamental, que é temos que continuar a apoiar a Ucrânia para impedir que quem violou o direito internacional possa vencer esta guerra e assegurar que a Ucrânia tem condições para conquistar a paz de uma forma justa e duradoura", realçou o chefe do Governo português.

Questionado sobre se Putin está mais perigoso, Costa foi claro: "Veremos o que vai acontecer no futuro, mas creio que o nível de perigosidade que já revelou é suficiente para estarmos preocupados".

Recorde-se que, ontem, o primeiro-ministro tinha afirmado que ainda havia "pouca informação sobre o que é que aconteceu" na Rússia.

Costa notou ainda que o Conselho Europeu chegou a acordo sobre a criação de um mecanismo de apoio permanente à Ucrânia.

"Uma parte muito importante [das conclusões do Conselho] é a criação de um mecanismo de apoio permanente à Ucrânia", disse António Costa.

De realçar que, na mesma conferência de imprensa, o primeiro-ministro revelou ainda que a reforma da política de migrações não reúne consenso entre os Estados-membros da União Europeia, uma vez que a Hungria e Polónia recusaram "todas as soluções de compromisso".

"Apesar de se ter verificado um acordo generalizado sobre aquilo está proposto, a verdade é que não foi possível o Conselho tirar conclusões, visto a Hungria e a Polónia terem recusado todas as soluções de compromisso", disse.

O primeiro-ministro admitiu, contudo, que "não há surpresa", uma vez que ambos os países "têm uma posição bastante divergente e cada vez mais isolada no seio do Conselho".

Costa representou Portugal no Conselho Europeu, que hoje terminou.

[Notícia atualizada às 14h37]

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