25 Abril. Coimbra quer envolver 100 entidades na comemoração dos 50 anos
A comissão dinamizadora das comemorações populares dos 50 anos do 25 de Abril, apresentada hoje em Coimbra, pretende envolver mais de 100 entidades do concelho, ainda este ano e em 2024.
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País 25 de Abril
"Em apenas duas semanas, já mais de 30 organizações aderiram, com o objetivo de vir a ultrapassar a centena e abranger todo o concelho", afirmou, no Ateneu de Coimbra (AC), Alfredo Campos, da comissão executiva das celebrações do cinquentenário da Revolução do Cravos, que em 1974 derrubou o regime fascista e repôs o regime democrático.
Presente na sala Braga Temido, o presidente da instituição histórica, Manuel Pires Rocha, salientou que o AC, fundado em 1940, "foi um centro de resistência antifascista" da cidade.
"Foi também um centro essencial de construção da democracia", adiantou, para defender que as celebrações dos 50 anos do fim da ditadura de Salazar e Caetano são uma oportunidade de continuar a pugnar pelos "valores e princípios do Portugal de Abril".
Recordando que o Ateneu foi sempre "um bom distribuidor de jogo", antes e depois de 1974, o músico da Brigada Victor Jara frisou que o encontro de hoje visou sensibilizar outros cidadãos e organizações para a importância de integrarem a comissão dinamizadora.
"Esta é uma chamada para que possam dar os seus contributos para esta fogueira", gracejou Manuel Rocha.
Numa nota distribuída aos jornalistas, a comissão executiva, coordenada por Alfredo Campos, da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), e João Pinto Ângelo, do AC, realçou a importância de festejar meio século "da conquista da democracia e liberdade que o regime fascista negou, não apenas ao povo português, mas também aos povos irmãos das ex-colónias".
"A revolução portuguesa é não somente a conquista dos direitos políticos (...), mas igualmente dos direitos sociais, económicos e culturais, nos domínios do trabalho, da saúde, da educação, da habitação, da cultura, da segurança social e tantos outros", referiu.
São "direitos duramente conquistados" e que agora, porém, "se encontram novamente -- ou ainda -- sob assalto por novas forças de caráter reacionário", o que, segundo os promotores, exige que estas comemorações venham a ser "uma ampla e vigorosa afirmação de base popular".
Alfredo Campos disse ainda que a comissão aposta num "alargamento do programa a todas as freguesias" do concelho, envolvendo o maior número possível das coletividades geograficamente afastadas do centro urbano de Coimbra.
O programa começa a ser concretizado em finais de setembro, com "uma grande festa por Abril", e vai depois dividir-se em três fases, nos trimestres compreendidos entre outubro deste ano e junho de 2024, permitindo a adesão sucessiva de mais organizações e a inclusão de novas propostas.
Da lista de 30 entidades já vinculadas às comemorações, fazem parte sindicatos, grupos culturais, coletividades, repúblicas de estudantes, secções e organismos autónomos da Associação Académica de Coimbra (AAC) e movimentos de base popular.
A comissão executiva é constituída por 13 organizações, incluindo a Associação de Bolseiros de Investigação (ABIC), cujo dirigente Ricardo Ferraz interveio na sessão, a União dos Sindicatos de Coimbra e o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos, estas representadas por Rita Namorado.
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