Morreu o historiador José Mattoso. Tinha 90 anos
O historiador foi o primeiro galardoado com o Prémio Pessoa, em 1987.
© Global Imagens/Leonardo Negrão
País José Mattoso
O historiador José Mattoso morreu hoje, aos 90 anos, informou o atual diretor da Torre do Tombo, destacando o seu papel na modernização dos arquivos nacionais e municipais.
Em declarações à Lusa, via telefone, Silvestre Lacerda confirmou a morte, "esta manhã", de José Mattoso, ex-diretor da Torre do Tombo, destacando que o historiador se preocupou em "valorizar a memória nacional".
O atual diretor da Torre do Tombo recordou que José Mattoso foi presidente do Instituto Português de Arquivos, criado em 1988 e o primeiro organismo português vocacionado para planear e estabelecer um sistema nacional de arquivos, e coordenar e executar uma política arquivística integrada.
Da fusão do Instituto Português de Arquivos com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo resultaram os atuais Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.
Quando dirigiu a Torre do Tombo, de 1996 a 1998, José Mattoso colocou Portugal "em contacto com o Conselho Internacional de Arquivos", lembrou Silvestre Lacerda.
Considerado um dos maiores especialistas na História Medieval de Portugal, Mattoso nasceu em 1993, em Leiria, e foi também autor de uma grande obra, da qual se destacam livros como 'Identificação de um país' ou 'Religião e cultura na Idade Média portuguesa'.
Concluiu a licenciatura na Universidade Católica de Lovaina, ne Bélgica, em 1960, na mesma instituição onde, seis anos mais tarde, tirou também o seu doutoramento.
Aos 17 anos, chegou mesmo a ingressar no seminário, mas acabou por se casar.
Passou por várias instituições ao longo da sua vida, tal como entre 1960 e 1967, onde deu aulas de História da Igreja no mosteiro de Singeverga (1960-1967), pelo Instituto Superior de Estudos Eclesiásticos do Porto (1968-1969) ou também pelo Instituto Superior de Estudos Eclesiásticos de Lisboa (1969-1970) e na Faculdade de Teologia da Universidade Católica, em Lisboa, e no mesmo ano letivo.
Em maio de 2010 assumiu também a presidência do Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e, em 2015, foi anunciado como mandatário nacional do Livre/ Tempo de Avançar.
Foi galardoado com o primeiro Prémio Pessoa, em 1987. Em 1992, o Estado português condecorou-o com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada.
[Notícia atualizada às 17h12]
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