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Primeiro-ministro recorda José Mattoso como "referência maior da cultura"

O historiador José Mattoso morreu hoje com 90 anos.

Primeiro-ministro recorda José Mattoso como "referência maior da cultura"
Notícias ao Minuto

21:23 - 08/07/23 por Lusa

País Óbito

O primeiro-ministro recordou hoje o historiador José Mattoso, que morreu aos 90 anos, como uma "figura notável" da historiografia e uma "referência maior da cultura" portuguesa, considerando que o país lhe deve "um novo olhar" sobre a identidade nacional.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, António Costa diz ter sido "com profunda tristeza" que teve conhecimento do falecimento do historiador José Mattoso, considerando que foi uma "figura notável" da historiografia portuguesa e "referência maior da cultura".

"Devemos-lhe um novo olhar sobre a nossa identidade, um conhecimento profundo do nosso passado e um cuidado na preservação da memória do país. À família e amigos, transmito os meus sentidos pêsames", lê-se na mensagem.

O historiador José Mattoso morreu hoje com 90 anos, afirmou o atual diretor da Torre do Tombo, destacando o seu papel na modernização dos arquivos nacionais e municipais.

Em declarações à Lusa, Silvestre Lacerda confirmou a morte, "esta manhã", de José Mattoso, ex-diretor da Torre do Tombo, destacando que o historiador se preocupou em "valorizar a memória nacional".

O atual diretor da Torre do Tombo recordou que José Mattoso foi presidente do Instituto Português de Arquivos, criado em 1988, 2u4 foi o primeiro organismo português vocacionado para criar e gerir um sistema nacional de arquivos.

Da fusão do Instituto Português de Arquivos com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo resultaram os atuais Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.

Quando dirigiu a Torre do Tombo, de 1996 a 1998, José Mattoso colocou Portugal "em contacto com o Conselho Internacional de Arquivos", lembrou Silvestre Lacerda.

José Mattoso nasceu em Leiria a 22 de janeiro de 1933, e foi o primeiro a ser distinguido com o Prémio Pessoa, em 1987.

Autor de mais de 30 obras (algumas em colaboração), renovou o interesse pelo estudo da Idade Média portuguesa, área sobre a qual publicou a maior parte da sua obra, nomeadamente "Identificação de um País" (1985), que apresentou novas linhas de investigação sobre aquele período.

O historiador assinou também uma biografia de D. Afonso Henriques, publicada em 2006 pelo Círculo de Leitores, e dirigiu várias obras coletivas ("História de Portugal", 1993-1994; "História da vida privada em Portugal", 2010-2011; "Património de origem portuguesa no mundo", 2010).

Numa rara intervenção política, foi mandatário nacional do Partido Livre em 2015.

Em 2012, publicou "Levantar o Céu -- Os Labirintos da Sabedoria", que lhe valeu o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, um galardão a juntar a outros com os quais foi distinguido ao longo da carreira, como o Prémio Böhus-Szögyény de Genealogia, em 1991, ou o Troféu Latino, em 2007.

Em 1992, o Estado português condecorou-o com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada.

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