JMJ? Freguesias do centro de Lisboa preparadas para impacto na limpeza
Os presidentes das juntas de freguesia de Santo António e de Santa Maria Maior, no centro de Lisboa, asseguraram hoje a preparação necessária para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em que a principal preocupação é a higiene urbana.
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País JMJ
"As nossas equipas estão preparadas, estão equipadas, temos tudo para correr bem. Tentámos prever todos os cenários possíveis e imaginários. Como é óbvio, não conseguimos prever todos, mas tenho quase a certeza que vai tudo correr bem", afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado (PSD), que é responsável pelo território da Avenida da Liberdade, onde parte dos participantes da JMJ vão estar a assistir às iniciativas no palco do Parque Eduardo VII.
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Santo António disse que se prevê "uma média de 400 mil pessoas, 24 horas por dia", na Avenida da Liberdade e no Parque Eduardo VII, no âmbito da JMJ, que decorre de 01 a 06 de agosto.
Dos 133 funcionários da junta, 36 vão estar a trabalhar na área da proteção civil, através do projeto "Os Bravos de Santo António", e 70 na limpeza urbana, com a contratação de mais 20 pessoas.
Estes meios humanos estarão alocados especificamente à JMJ, com turnos rotativos, para que estes serviços funcionem 24 horas por dia, indicou Vasco Morgado, referindo que foram também adquiridos equipamentos e máquinas, num investimento de cerca de 30 mil euros que ficará após o evento.
Para o autarca, a principal preocupação é a higiene urbana, para "manter a cidade e esta zona da cidade limpa e com o mínimo de problemas possíveis", trabalho que está a ser feito em conjunto com as equipas da câmara.
"O plano de mobilidade do Governo vem atrasado, vem atrasado com meses de atraso. Nós andámos a trabalhar às cegas e, como bom português que somos, cada um começou a trabalhar da forma que entendeu. Agora vamos adaptar o nosso plano àquele que nos apresentaram", declarou.
Em declarações à Lusa, o social-democrata Vasco Morgado deixou críticas ao trabalho de José Sá Fernandes (ex-vereador independente eleito pelo PS em Lisboa) como coordenador do grupo de projeto para a JMJ: "Deixa-se isto nas mãos da pessoa que já provou ser a causa maior de muitos dos problemas que a cidade teve [...]. Ele já não fazia grande coisa aqui na câmara [quando era vereador da Estrutura Verde], só foi não fazer grande coisa para um evento que é só da importância mundial, como é o das jornadas".
"A escolha do Governo não foi boa, mas foi a que foi, pronto, e agora temos de viver com ela. Estamos a 15 dias disto começar e, como é óbvio, vai correr tudo bem, porque nós conseguimos sempre dar aquele litro extra para que as coisas corram bem. Agora escusávamos era de estar todos com o credo na boca com estamos", referiu o autarca.
A freguesia de Santo António conta assegurar o alojamento de "cerca de 300 peregrinos", muitos em escolas, e está a trabalhar em conjunto com os hotéis, porque é necessário "conciliar forçosamente" a JMJ com a procura turística.
Na freguesia vizinha, o presidente da Junta de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), garantiu que a sua autarquia também está preparada para a JMJ, "sobretudo ao nível das respostas que são exigidas ao nível da higiene urbana".
"Claro que estamos preparados dentro daquilo que nos é exigível. Prevemos uma sobrecarga muito grande na higiene urbana e na utilização do espaço público. Tomámos várias medidas, inclusive a da contratação temporária de pessoas para este período", indicou o autarca.
Acreditando que "a maior parte" dos participantes da JMJ vai querer visitar o centro histórico da cidade, a freguesia de Santa Maria Maior está "com alguma expectativa quanto à sobrecarga humana".
"Mas também não estamos com nenhuma atitude dramática face ao que vem aí. Estamos preparados, prevendo que vá haver aqui períodos de alguma dificuldade e de trabalho intenso", afirmou Miguel Coelho, explicando que, na altura do Verão, a junta costuma contratar cerca de 20 pessoas, porque é sempre um período de grande sobrecarga sobre o território.
Com a JMJ, foi decidido dobrar esse reforço e foram contratadas 40 pessoas para assegurarem a resposta ao nível da higiene urbana.
Sobre o plano de mobilidade apresentado pelo Governo e pela Câmara de Lisboa, o socialista considerou-o "previsível e globalmente correto", referindo que as restrições "eram inevitáveis", acrescentando que "a única preocupação", que é o acesso dos moradores às suas casas, não fique em causa, o que depende dos meios humanos colocados no terreno para fiscalizar.
"Se não houver falhas ou muitas falhas, as coisas vão correr satisfatoriamente" em termos de mobilidade, perspetivou o autarca, adiantando que a freguesia conta acolher "cerca de 1.000 pessoas" participantes da JMJ.
Relativamente à organização do evento, o socialista considerou que as críticas a José Sá Fernandes são uma questão política: "Não temos nada a apontar, nem ao coordenador, nem à câmara [...]. Estamos apenas à espera para fazer a nossa parte e que as coisas corram bem, claro, não só para bem da cidade e também para prestígio de Portugal".
"Não temos assim nada de especial a apontar sobre a organização, de como as coisas foram preparadas, não temos nada a apontar. Depois faremos o balanço quando isto terminar", concluiu.
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
[Notícia atualizada às 22h26]
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