Rui Moreira aponta escola Pires de Lima como solução para músicos do Stop

O presidente da Câmara do Porto indicou hoje como solução para os músicos desalojados do centro comercial Stop a escola Pires de Lima, garantindo que as instalações estariam prontas a receber os artistas no final do ano.

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Lusa
19/07/2023 13:17 ‧ 19/07/2023 por Lusa

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Câmara do Porto

Em conferência de imprensa, depois de estar esta manhã reunido com a associação que representa os artistas, Rui Moreira salientou que a vantagem daquela escola, que será desativada no início do próximo ano letivo, passando os alunos para a Escola Alexandre Herculano, é que aquela é da autarquia, pelo que seria o município a suportar as despesas de adaptação do espaço.

"Hoje tivemos mais uma reunião com a associação [que representa os músicos que ocupavam o Stop] esta manhã, voltamos a falar na questão do Silo Alto, avançamos também com uma outra solução que nos parece possível. Nós vamos ter a escola Pires de Lima, que é mesmo junto ao Stop, vai ficar livre antes do fim do ano porque os alunos vão ser transferidos para o Alexandre Herculano, é uma escola que tem uma data de salas de aulas disponíveis", apontou Rui Moreira.

Segundo o autarca independente, esta é uma solução que agradou aos músicos.

"Ficaram muito satisfeitos com a solução Pires de Lima, que tem uma vantagem, é a 200 metros do Stop. É uma solução mais próxima. Tudo o que é desenraizar um ecossistema tem sempre consequências. A proximidade da escola Pires de Lima acho que lhes interessou muito", disse Rui Moreira.

A EB 2,3 Doutor Augusto César Pires Lima passou para a alçada da autarquia com a descentralização de competências e vai ficar desocupada, em setembro, com a passagem dos alunos para a escola Alexandre Herculano.

"Transformar antigas salas de aulas em salas para músicos é uma coisa relativamente fácil. [Os músicos] podem conviver com o Norte Vida, temos salas disponíveis, é um espaço enorme que tem seis unidades completamente autónomas. Parece-nos uma ideia ótima para a cidade", considerou o autarca.

Rui Moreira garantiu ainda que os custos de adaptação do espaço vão ser por conta da autarquia, obra essa que a câmara não podia fazer no Stop por este espaço não ser propriedade do município.

Sobre a contestação à volta do processo de despejo das mais de 100 lojas que funcionavam sem licença, que começou na terça-feira, o autarca independente disse compreender a reação dos músicos afetados, mas acusou a CDU e o Bloco de Esquerda (BE) de aproveitamento político da questão.

"Compreendo a reação dos músicos e dos populismos do BE (...) Não pode haver hipocrisia e tentativa de apropriamento de causa", disse.

Na terça-feira, depois do início do processo de encerramento da maioria das lojas no Stop, o vereador do BE, Sérgio Aires, acusou a autarquia de não dialogar com os representantes dos músicos e de não apresentar alternativas ou soluções.

"Não é possível que na nossa cidade uma coisa destas aconteça desta forma. O que está aqui em causa é o que vai acontecer a estas pessoas amanhã. Para onde vão? Para onde vão ensaiar? Alguns deles têm espetáculos marcados hoje, amanhã e depois. O que vai acontecer? Porque é que se fez isto assim? Que necessidade havia de fazer isto assim?", questionou o bloquista.

Já a CDU condenou de forma veemente a decisão do executivo liderado pelo independente Rui Moreira.

"O executivo de Rui Moreira decidiu, nas costas de todos, bloquear o acesso a centenas de pessoas, na maioria músicos, artistas e comerciantes ao seu local de trabalho, procurando assim promover a sua expulsão do local", afirmou a coligação PCP/PEV em comunicado.

Na terça-feira, em comunicado, a Câmara do Porto avançou que estavam a ser seladas 105 das 126 lojas do estabelecimento comercial, numa operação que começou de manhã e obrigou à saída de lojistas e músicos.

Ainda antes do fecho dos espaços estar concluído, foi improvisado um protesto com cartazes em que se podiam ler as mensagens "A Casa da Música é aqui", "Queremos justiça", "Estão a matar a cultura", "Queremos trabalhar", "É o nosso ganha pão" e "Processo de má-fé".

À Lusa, a Associação de Músicos do Stop alertou na terça-feira que quase 500 artistas ficavam sem "ter para onde ir".

Leia Também: Fecho do Stop "merece reflexão". Governo está "disposto a ajudar"

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