Altice? Está a construir-se "uma história" para acusar Armando Pereira
Advogado de Armando Pereira diz que não há nenhuma acusação de fraude fiscal contra o seu cliente.
© Global Imagens
País Magalhães e Silva
Armando Pereira, principal suspeito da operação Picoas, está a ser sujeito esta quinta-feira a interrogatório no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.
À saída do local, por volta das 12h30, o advogado do empresário, Manuel Magalhães e Silva, informou que o interrogatório não tinha acabado e que faltava ainda esclarecer alguns dados. Contudo, mostrou-se confiante de que “a situação se encontra suficientemente esclarecida para que haja uma decisão favorável em termos de medida de coação”, ou seja, “para que fique em liberdade”.
“Foi possível responder de uma maneira inteiramente clara e convincente às questões colocadas", disse, acrescentando que "de todos os factos que lhe são imputados, a indiciação é um conjunto de presunções a partir do facto A, B, C" e que essa "essa não é forma de indiciar, de dizer que uma pessoa tem culpa de qualquer coisa".
"Há várias situações de outras pessoas que depois, por presunção, construindo uma narrativa, se quer imputar também ao senhor Armando Pereira", afirmou, referindo-se por exemplo ao crime de fraude fiscal de que é, alegadamente, acusado.
"Veja-se o que aconteceu dias a fio com a fraude fiscal. Aparecia Armando Pereira como responsável perante a cidade e o mundo de uma monumental fraude fiscal que atingiria 250 milhões de euros e não há nenhuma acusação do MP de fraude fiscal a Armando Pereira. Portanto, andou a culpar-se este senhor de um crime que ele não tinha cometido", atirou, depois de ter afirmado que não "existem dados factuais" e que se está "apenas construir uma história, uma narrativa"
O advogado disse, ainda, que garantidamente o interrogatório do co-fundador da Altice acabava hoje.
Recorde-se que a 'operação Picoas', desencadeada em 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP)
. Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, mas tal ocorreu no dia 15, após entregar-se às autoridades.
Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Em causa, alegadamente, está uma "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".
[Notícia atualizada às 14h43]
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