Revisão salarial esta semana? "Temos muitas dúvidas que possa acontecer"

Médicos iniciam esta terça-feira uma greve de três dias por revisão salarial.

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Teresa Banha
25/07/2023 09:08 ‧ 25/07/2023 por Teresa Banha

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Médicos

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse, Jorge Roque da Cunha fez, esta terça-feira,  um balanço sobre a greve que os médicos iniciam hoje, assim como falou das expectativas que tem em relação a esta demonstração.

Questionado sobre se acredita que a revisão da tabela salarial estará pronta esta semana, Roque da Cunha referiu que o sindicato que lidera se orgulha de ser um "sindicato de acordos".

"Temos esperança sempre até ao último dos dias. Agora, com o historial deste ano e dois meses, em que o Governo não fez o que tinha a fazer, temos muitas dúvidas que isso possa vir a acontecer", referiu, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.

Quanto à adesão, o responsável disse que os números de adesão à greve são “muito preliminares”, mas que se espera uma "grande adesão".

"Temos a expectativa de que em função daquilo que temos ido a atitude do Governo no sentido de, em termos negociais, nem sequer apresentar apresentar propostas que é obrigatório nesta contratação coletiva, que vamos ter uma grande adesão”, referiu, em Lisboa.

Segundo o responsável, a expectativa é de que haja uma adesão que ronde os 90%, resultado de "um grande descontentamento dos médicos" em relação a várias situações.

"Não só em relação à atitude que este Governo tem tido de não apresentar propostas negociais, mas ao longo destes sete anos, uma degradação em cerca de 20% do poder de compra, numa saída de médicos do SNS por rescisão de contrato, para além da reforma - que faz com quem haja uma maior dificuldade dos portugueses em aceder aos cuidados de saúde. Nunca, como agora, as listas de espera foram tão grandes", relembrou. 

O responsável apontou ainda que os portugueses têm a maior "carga fiscal de sempre" e que pagam os seus impostos, e que, ainda assim, nunca houve tantos cidadãos sem médico de família. "Estamos a falar de um milhão e 600 mil portugueses", apontou.

Roque da Cunha lembrou ainda que os meios do país estão reforçados pelo Plano de Recuperação e Resiliência e que o Governo deverá perceber que estes meios deverão ser aplicados para que as "pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde".

Os médicos iniciaram hoje uma greve nacional de três dias para forçar o Governo a apresentar uma proposta concreta de revisão da grelha salarial, que o ministro da Saúde prometeu na segunda-feira enviar aos sindicatos.

Convocada pelo SIM, a paralisação decorre em simultâneo com uma greve dos médicos de família ao trabalho extraordinário, iniciada na segunda-feira e que terá a duração de um mês.

Na sexta-feira passada, no final de uma reunião negocial, o secretário-geral do SIM acusou o Ministério da Saúde de "não apresentar os documentos negociais", asseverando que só iria à próxima reunião com a tutela se recebesse as propostas do Governo antecipadamente.

Na segunda-feira, o ministro da Saúde assegurou que iria apresentar uma proposta de revisão da grelha salarial aos médicos e lamentou o "criticismo excessivo" que tem havido sobre a forma como têm decorrido as negociações, que se iniciaram ainda em 2022, com a antecessora ministra Marta Temido, mas que resultaram até à data sem acordo entre as partes.

Na fase de discussão do protocolo negocial, em julho de 2022, Governo e sindicatos concordaram em incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde nas negociações.

[Notícia atualizada às 9h24]

Leia Também: Médicos iniciam hoje greve nacional de três dias por revisão salarial

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