O Conselho Superior de Magistratura informou, esta terça-feira, que o helicóptero do cofundador da Altice Armando Pereira lhe será retirado, no âmbito da Operação Picoas.
Segundo um comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o Conselho Superior de Magistratura informa que o helicóptero que Armando Pereira tem em Guilhofrei deve ser "removido para local próprio".
O documento é conhecido no dia seguinte a ser anunciado tanto Armando Pereira como Hernâni Vaz Antunes ficam em prisão domiciliária. A informação foi avançada ontem pelo advogado de defesa de Armando Pereira, que explicou que não havia necessidade de recorrer a dispositivos eletrónicos, como uma pulseira.
O mesmo advogado explicou também que, no âmbito da Operação Picoas, tanto a filha de Hernâni Antunes, Jéssica Antunes, como o contabilista Álvaro Gil Loureiro ficam sujeitos à prestação de cauções.
Segundo o despacho conhecido esta terça-feira, tanto o confundador da Altice, como o seu 'braço direito', Hernâni Vaz Antunes, ficam sujeitos ao termo de identidade e residência, proibição de contactos entre si e com todos os cidadãos e empresas mencionados no despacho de apresentação, do qual têm conhecimento, com algumas exceções e obrigação de Permanência na Habitação.
Já os outros dois envolvidos, Jéssica Antunes e Álvaro Gil Loureiro ficam sujeitos à prestação de cauções, no valor de 500 mil e 250 mil euros, respetivamente. Ambos ficam também sujeitos à apresentação bissemanal na esquadra da Polícia de Segurança Pública mais próximas das respetivas residências, assim como terão de entregar o passaporte - estando proibidos de sair de território nacional.
A 'Operação Picoas', desencadeada em 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a de Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público. Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, mas tal ocorreu no dia 15, após entregar-se às autoridades.
Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Em causa, alegadamente, está uma "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".
Em 2 de junho de 2015, a Altice concluiu a compra da PT Portugal.
[Notícia atualizada às 11h34]
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