Segundo uma nota publicada no portal da presidência da Ucrânia na segunda-feira à noite, Igor Zhovkva, chefe adjunto do gabinete do Presidente ucraniano, teve uma conversa 'online' com a embaixadora Maria Amélia Paiva, consultora diplomática da Casa Civil do chefe de Estado português.
De acordo com a presidência ucraniana, as duas partes discutiram a situação de segurança na Ucrânia, os recentes ataques com mísseis à Ucrânia por parte da Rússia, a questão da exportação de cereais pelo Mar Negro e a expectativa da Ucrânia de adesão à União Europeia e entrada na NATO.
Outro tema de conversa foi "a participação de Portugal na implementação da Fórmula da Paz do Presidente Volodymyr Zelensky e as modalidades da Cimeira Global da Paz".
"Além disso, foi coordenada a agenda de contactos de alto nível para o futuro próximo", lê-se na nota.
Em maio deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou aos jornalistas ter recebido da nova embaixadora da Ucrânia em Portugal, Maryna Mykhailenko, "o convite formal" para ir a Kyiv e disse que já tinha "uma ideia pensada" para a data dessa visita, que estava a ser acertada.
Sem apontar um período, o chefe de Estado assegurou apenas que iria deslocar-se à capital ucraniana "certamente antes do fim do ano, sem dúvida nenhuma".
Na nota divulgada pela presidência ucraniana, em inglês, refere-se que Igor Zhovkva "agradeceu a Portugal o apoio à aproximação da Ucrânia rumo à adesão à União Europeia e à NATO, bem como a adesão da República Portuguesa à declaração conjunta sobre garantias de segurança".
O chefe adjunto do gabinete de Zelensky argumentou que "a adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO é a melhor garantia de segurança para o continente europeu e para o flanco oriental da Aliança do Atlântico Norte".
"Contamos com o apoio de Portugal nas decisões sobre o progresso da Ucrânia rumo à adesão a ambas as organizações", afirmou.
De acordo com a nota da presidência da Ucrânia, o chefe adjunto do gabinete de Zelensky também "agradeceu à parte portuguesa a prestação de defesa, assistência financeira e humanitária à Ucrânia e o abrigo temporário para cerca de 60 mil cidadãos ucranianos".
Sobre a questão da exportação de cereais pelo Mar Negro, Igor Zhovkva defendeu que a atuação da Rússia "deve receber uma resposta dura e consolidada da comunidade internacional".
O primeiro-ministro português, António Costa, visitou Kyiv em maio do ano passado, após cerca de três meses de guerra na Ucrânia provocada pela invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Em maio deste ano, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, esteve na capital ucraniana, com uma delegação parlamentar que incluiu deputados de PS, PSD, Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda.
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