Uma criança, que engoliu um apito num acidente de viação, não foi assistida no Hospital de Faro devido ao encerramento da Urgência de Pediatria, tendo sido encaminhada para o Hospital de Portimão, já depois de ter de trocar de ambulância para esse transporte.
Ao Notícias ao Minuto, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) confirmou a assistência à criança e o transporte desta para Portimão, quando os pais se deslocavam para o Hospital de Faro. Por sua vez, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve justificou que o transporte para Portimão ocorreu devido ao facto de a "Urgência de Pediatria em Faro se encontrar encerrada".
"O INEM confirma a assistência a uma criança na sequência de uma chamada às 22h15 para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), no contexto de um acidente de viação. A criança era ocupante do veículo e teria engolido um corpo estranho. Os pais estariam a transportá-la naquele momento para o Hospital de Faro", explica o Instituto.
"Depois de realizada a triagem clínica, foi acionada a Ambulância de Emergência Médica (AEM) do INEM de Faro às 22h20 que chegou ao local às 22h22 e procedeu à avaliação da criança, reportando que não existiam quaisquer sinais de gravidade", lê-se.
Segundo o INEM, "uma vez que a unidade de referência para urgência de pediatria na região era o Hospital de Portimão e não existindo critério de gravidade, a criança foi direcionada para esta unidade".
Além disso, "para otimizar a utilização dos meios de emergência e dado o volume elevado de serviços em Faro, foi decidido o transporte pela ambulância de Portimão, deixando disponível o meio em Faro para outras ocorrências no concelho, o que motivou a transferência de viatura".
O Instituto justifica que, "de outra forma, a ambulância de Faro ficaria cerca de 2 horas fora da sua área de intervenção".
"Não houve intercorrências a registar e o transporte decorreu sem alterações no estado de saúde da criança", assegura o INEM, que frisa ainda que "a gestão dos meios de socorro é feita de forma criteriosa, para que não faltem em situações em que são efetivamente necessários" e que as decisões do CODU "foram tomadas para prestar a esta criança os melhores cuidados de saúde e para garantir a disponibilidade de meios de socorro para quem deles necessitasse".
Encaminhada para Portimão por urgência estar encerrada em Faro
Já o Hospital de Faro explicou, em resposta ao Notícias ao Minuto, que "a criança foi transportada no dia 21 de julho, pelo INEM, diretamente para a Unidade Hospitalar de Portimão, pelo facto da Urgência de Pediatria em Faro se encontrar encerrada".
Em Portimão, "a criança foi observada, não se tendo identificado qualquer situação patológica, mas, perante a suspeita de ingestão de corpo estranho, foi encaminhada para observação pela especialidade de Otorrinolaringologia (ORL) no dia seguinte na Unidade Hospitalar de Faro".
No dia 22 de julho, a criança foi observada na Unidade Hospitalar de Faro pela especialidade de ORL, "não se detetando qualquer alteração" e "teve alta".
O hospital assegura ainda que a "criança encontrava-se bem em todas as fases do processo assistencial".
De realçar que, nos últimos meses, a urgência pediátrica do Hospital de Faro tem funcionado com grande incerteza devido à falta de médicos.
[Notícia atualizada às 18h21]
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