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FNE prevê "repetição de problemas" nas escolas no início do ano letivo

O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) previu hoje o arranque do novo ano letivo com "repetição de problemas" nas escolas, à semelhança dos vividos este ano, atribuindo as culpas à incapacidade do Governo para resolver problemas.

FNE prevê "repetição de problemas" nas escolas no início do ano letivo
Notícias ao Minuto

15:50 - 31/07/23 por Lusa

País Escolas

"Espera-se um início do próximo ano com repetição de problemas, insuficiências e fragilidades há muito identificadas pela FNE, porque o Ministério da Educação e o Governo, em geral, foram incapazes, a tempo e horas, em diálogo e concertação, definir políticas concretas com respostas e soluções", considerou hoje Pedro Barreiros, em conferência de imprensa, no Porto.

O responsável da FNE deu como exemplo "a inflexibilidade demonstrada ao não querer assumir processos negociais de matérias que visem a valorização das carreiras", tornando pública a sua preocupação "com a indisponibilidade negocial do Governo" e apelando a um processo que "permita, antes do arranque do próximo ano letivo, a pacificação das escolas e dos seus profissionais" através de "medidas de valorização da carreira docente" e do "combate à falta de professores".

Pedro Barreiros mostrou ainda abertura para se reunir com o Governo no decorrer do mês de agosto, durante uma conferência de imprensa que também serviu para fazer um balanço do ano letivo 2022/2023, que hoje termina oficialmente.

"Este ano letivo ficou marcado pelo agravamento das condições de funcionamento das escolas, onde ao problema da falta de professores, se juntou a perturbação das comunidades educativas, pela indisponibilidade do Governo e do Ministério da Educação, em garantir melhores condições de trabalho e valorização das carreiras dos profissionais da educação", afirmou Pedro Barreiros no auditório do Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN), no Porto.

O secretário-geral da FNE assinalou ainda as dificuldades "nas condições de vida e trabalho dos profissionais da educação, tendo provocado impactos negativos, não só ao nível do processo de ensino e aprendizagem, como também ao nível da carreira, ao nível social e económico".

Questionado sobre a perturbação sentida pelos alunos e consequência para as suas aprendizagens, Pedro Barreiros disse que "ao contrário do que aquilo que foi tentado passar para a opinião pública, não teve como origem as greves dos professores".

"Se no outro prato da balança [do lado do Governo] verificarmos quantos alunos é que não tiveram professores, não em virtude das greves, mas porque o Ministério da Educação não conseguiu lá colocar nenhum professor, aí tivemos alunos que estiveram meses sem professores", argumentou.

Quanto a ações de luta, além das greves coordenadas com outras organizações sindicais e a instalação de cartazes em cada capital de distrito, a FNE lançará a 'empreitada" do IP 66-23 [seis anos, seis meses e 23 dias por recuperar de tempo de serviço], uma obra que "custará milhões", ironizou Pedro Barreiros.

Trata-se de um cartaz a colocar, em 08 de setembro, no nó do IP3 com o IC6, numa crítica às declarações do primeiro-ministro, António Costa, em 2018, onde afirmou que ao requalificar o IP3 o Governo decidia "não fazer outras evoluções nas carreiras ou nos vencimentos".

A conferência de imprensa serviu também para apresentar o inquérito 'online' da FNE, que revelou que a burocracia foi o maior problema sentido no último ano letivo pelos professores, tendo o secretário-geral dito que será feito um novo em outubro deste ano.

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