JMJ em Lisboa mostrou ser possível "uma alternativa à guerra", diz Papa

O Papa Francisco disse hoje que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, mostrou que é possível um mundo alternativo à guerra e pediu aos líderes mundiais que escutem a mensagem de fraternidade dos jovens.

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© REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Lusa
09/08/2023 10:22 ‧ 09/08/2023 por Lusa

País

Guerra na Ucrânia

"Enquanto na Ucrânia e noutras partes do mundo há combates, e enquanto em certas salas escondidas se planeia a guerra, a JMJ mostrou a todos que um outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos voam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem armas", disse.

O líder da Igreja Católica falava durante a audiência geral de quarta-feira no Vaticano, na qual fez o balanço da sua visita a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude, que contou com a participação de cerca de 1,5 milhões de pessoas e se realizou entre 1 e 5 de agosto.

Na mesma intervenção, o Papa Francisco questionou-se depois se a "mensagem clara dos jovens" será ouvida pelos "grandes da terra".

"Esperamos que o mundo inteiro os ouça e veja que estão a avançar", acrescentou, afirmando que a JMJ mostrou ser possível "uma alternativa à guerra".

Francisco dirigiu ainda algumas palavras de encorajamento ao povo ucraniano: "Muitos de vós vão em peregrinação a Jasna Góra (Polónia) e a outros santuários marianos, por isso confio-vos um desejo que trago no coração: o desejo de paz no mundo (...). Rezai por este dom inestimável, especialmente pela amada e atormentada Ucrânia".

O Papa assegurou ainda que durante a deslocação a Fátima rezou pela paz.

"Durante as JMJ voltei a Fátima, ao local da aparição, e juntamente com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: orgulho, mentira, inimizade, violência. O mundo está doente com estas doenças", disse.

"Rezei pela paz, porque há tantas guerras em todas as partes do mundo", acrescentou naquela que foi a primeira audiência geral após a pausa de julho.

O Papa já tinha adiantado, durante o voo de regresso a Itália, que quando esteve no santuário de Fátima - onde não leu o discurso nem a oração que tinha preparado - apesar de ser esperado um apelo público à paz, decidiu fazê-lo em silêncio e sem o publicitar.

Disse ainda que encontrou "um grupo de jovens ucranianos que trouxeram histórias de dor" para a JMJ, adiantando que o encontro "não era uma viagem de férias, uma viagem turística, mas um encontro com Cristo"

Depois de garantir que "a sua saúde está ótima" e que não tem problemas de visão, disse que cortou ou não leu os discursos em algumas cerimónias da JMJ para comunicar melhor com os jovens.

A jornada, cuja próxima edição ocorrerá em 2027, em Seul, é considerada o maior evento da Igreja Católica.

Leia Também: Ucrânia? Papa Francisco "está a fazer muito mais do que é divulgado"

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