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Ponte? "Tudo" à parte do bom "é apenas para tentar diluir sucesso" da JMJ

Autarca de Lisboa disse não ter nada "a acrescentar" sobre a polémica em torno da nova ponte sobre o Trancão.

Ponte? "Tudo" à parte do bom "é apenas para tentar diluir sucesso" da JMJ
Notícias ao Minuto

23:29 - 14/08/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País JMJ

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, recusou, esta segunda-feira, comentar a polémica em torno da nova ponte pedonal da zona oriental da capital portuguesa, lembrando os elogios do Papa e defendendo que tudo o que é à parte disso serve apenas para "diluir" o "sucesso" da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

As declarações de Carlos Moedas surgiram na tradicional Festa do Pontal, que marca a 'rentrée' política dos sociais-democratas, após ser interrogado pela RTP sobre a controvérsia, gerada após a autarquia anunciar que iria batizar a infraestrutura de Ponte Cardeal Dom Manuel Clemente.

Carlos Moedas começou por destacar o "sucesso" do evento, algo "absolutamente único na história da cidade" e as palavras do Papa Francisco.

"É nisso que nós nos estamos a focalizar neste momento", disse. "Portanto, eu não tenho qualquer comentário a acrescentar sobre isso", acrescentou.

Perante a insistência sobre o assunto, Moedas reiterou não ter "qualquer comentário a acrescentar" e frisou que é momento de "felicidade para o país, em que o Papa disse que nunca tinha visto uma organização" como a desta edição do evento, "em que definiu Lisboa como a capital do mundo, a capital do futuro".

"É isso que nós estamos a viver. Portanto, tudo o que for à parte disso, eu penso que é apenas para tentar, de certa forma, diluir o sucesso de uma grande Jornada", atirou, prometendo falar sobre um novo nome para a ponte "a seu tempo".

Recorde-se que a polémica 'estalou' na última sexta-feira, quando a autarquia liderada por Carlos Moedas anunciou que a nova ponte sobre o Trancão, que liga os concelhos de Lisboa e Loures, iria chamar-se Ponte Cardeal Dom Manuel Clemente.

Em comunicado, a Câmara afirmou que o nome da nova ponte, construída a propósito da JMJ e inaugurada em julho, era uma homenagem ao 17.º patriarca de Lisboa, que renunciou ao cargo após ter completado 75 anos. Carlos Moedas terá partilhado a escolha do nome com o autarca de Loures, Ricardo Leão.

No entanto, esta estava longe de ser uma escolha consensual. Poucas horas depois, no sábado, surgiu uma petição pública que pedia a alteração do nome da nova ponte. A esta, que reuniu milhares de assinaturas, juntaram-se outras petições contra a escolha do nome, invocando a laicidade do Estado português e as suspeitas de encobrimento do cardeal dos abusos sexuais de menores na Igreja Católica portuguesa. 

Face à polémica, já esta segunda-feira, Manuel Clemente, que inicialmente tinha agradecido a homenagem, veio pedir para que o seu nome não seja atribuído à ponte, segundo informou o patriarcado. 

A ponte tem cerca de 560 metros e liga os concelhos de Lisboa e Loures, sendo feita, maioritariamente, de madeira e aço.

A ponte destina-se a peões e ciclistas, integrando a rede de percursos ciclopedonais da região de Lisboa e ligando-a ao concelho de Loures.

A JMJ 2023 decorreu em Lisboa entre 1 e 6 de agosto, tendo juntado cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo (Lisboa) para uma missa e uma vigília, com a presença do Papa Francisco.

Leia Também: Ponte erguida, mas nome em construção. Eis a polémica com Manuel Clemente

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