Cirurgia rara feita pela 3.ª vez no Sta. Maria salva bebé (já teve alta)
Os pais de Simão destacam o empenho dos profissionais de saúde do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) para salvar o recém-nascido que completa um mês de vida no próximo dia 27 de agosto.
© Facebook/Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte
Simão nasceu a 27 de julho com um tumor cervical, que lhe obstruía as vias aéreas, e uma equipa do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) fez de tudo para o salvar. Após uma cirurgia rara, "ainda ligado à mãe pela placenta", o bebé teve alta na segunda-feira, 21 de agosto, quase um mês depois de ter vindo ao mundo.
"Depois de uma cirurgia rara que lhe salvou a vida e de um internamento de quase um mês no Hospital de Santa Maria, o seu refúgio nas primeiras semanas de vida, o Simão teve hoje [ontem, dia 21 de agosto] alta e já vai poder dormir na sua casa", contou o CHULN em comunicado no seu site oficial.
O recém-nascido nasceu com "uma massa sólida de sete centímetros por seis centímetros" no dia 27 de julho e foi preciso agir rapidamente. Por isso, "uma equipa de cerca de vinte médicos e enfermeiros do CHULN teve apenas meia hora para salvar Simão", que não iria conseguir respirar sozinho.
"Disseram-me que ele tinha 1% de chance de sobreviver, mas que a cabeça e os outros órgãos estavam bem e não iam desistir do meu filho", recordou a mãe Célia Sequeira, citada pela nota.
O pai do bebé, André Lopes, revelou que Simão está "cada dia mais saudável" e vai agora conhecer os irmãos.
"É como se o Simão voltasse a nascer", disse ainda, salientando que houve quem interrompesse as férias e quem as adiasse, quem tenha prolongado um turno no hospital muito depois de ter terminado. Tudo para salvar o seu bebé.
André Lopes não esquece o empenho dos profissionais do CHULN que acompanharam o filho, que considera serem "verdadeiros anjos sem asas".
"Ainda hoje recebemos mensagens de profissionais e encontro pessoas no Hospital que não conheço e me dizem que ajudaram durante o procedimento", contou André, mostrando a forte ligação que se criou entre as equipas médicas e o pequeno paciente e a sua família.
Simão vai, no entanto, continuar a ser acompanhado em consultas periódicas no Hospital de Santa Maria.
O procedimento raro que salvou a vida de Simão foi possível com um conjunto de especialidades integradas - da Obstetrícia, da Cirurgia Pediátrica, Neonatologia, Anestesiologia, Enfermeiras Especialistas, otorrinolaringologistas, pneumologistas - e onde estiveram envolvidos duas dezenas de profissionais envolvidos.
"Esta foi a terceira vez que o Exit foi realizado no Hospital de Santa Maria", revelou o CHULN, explicando o procedimento.
"O bebé tem de ser intubado — para ser ventilado assim que nasce – durante a cesariana, ainda ligado à mãe pela placenta, de forma a garantir que tem acesso a oxigénio. Só depois é retirado por completo da barriga da mãe e é cortado o cordão umbilical. Depois disso, o Simão ficou aos cuidados da equipa da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, antes de passar para o internamento de Cirurgia Pediátrica", pode ainda ler-se na nota.
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