No âmbito de uma visita à Academia do Alertinha, em Matosinhos, o ministro da Administração Interna fez saber que Portugal tem à disposição de Marrocos vários meios de ajuda, e aguarda apenas pelo pedido oficial das autoridades marroquinas.
"Mantemos as equipas em prontidão, contudo elas apenas serão mobilizadas com o pedido oficial das autoridades de Marrocos", adiantou José Luís Carneiro.
O ministro lembrou que, esta manhã, o ministro do Interior de Marrocos agradeceu "toda a disponibilidade da comunidade internacional, mas que há um trabalho que está a ser desenvolvido de identificação das necessidades e avaliação dos prejuízos e estragos que são imensos".
"Desde a primeira hora que o estado português, por intermédio do ministério dos Negócios Estrangeiros e da Proteção Civil, transmitiram a nossa disponibilidade e prontidão", afirmou, detalhando que tem disponível "forças e meios de busca e salvamento", mas que estas só avançarão após um pedido oficial de Marrocos.
Quando questionado se Portugal poderá optar por ajudar o país monetariamente - ao invés de com meios de salvamento -, José Luís Carneiro fugiu à questão, voltando apenas a reforçar que "Portugal tem total disponibilidade e solidariedade com o país vizinho".
À margem da inauguração da Academia do Alertinha, um projeto lançado e dinamizado pela Câmara Municipal de Matosinhos, com o apoio da comunidade escolar e da Proteção Civil para promover questões de segurança, o ministro José Luís Carneiro recordou que, desde a primeira hora, que o Estado Português transmitiu disponibilidade e prontidão para apoiar as autoridades marroquinas.
"As autoridades por um lado agradeceram o gesto de solidariedade português e transmitiram ainda estão numa fase de avaliação das necessidades para efeitos de determinação sobre se a haverá necessidade desse apoio".
O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.
No discurso que realizou esta manhã, em Matosinhos, no âmbito da apresentação da Academia do Alertinha, José Luís Carneiro sublinhou que a iniciativa é um "efetivo contributo para a criação e divulgação de uma cultura de segurança junto de um segmento da população que se constitui desde cedo como um agente para a promoção de uma cidadania responsável orientada para a prevenção.
"Alertar é o primeiro passo no sentido de através da aprendizagem, do ensino e de exercícios de formação especializada, no campo da proteção civil, as crianças e os jovens interiorizarem valores e práticas essenciais à salvaguarda da vida, do património e do ambiente".
O ministro recordou o sismo de Marrocos nos últimos dias fomos que já provocou milhares de mortos e de feridos e de desalojados.
"Os perigos não têm fronteiras e cabe a todos nós acudir e cuidar daqueles que noutras latitudes mais longe ou mais perto de nós sofrem as consequências de desastres naturais", declarou.
O ministro reiterou que Portugal manifestou disponibilidade junto das autoridades marroquinas para um apoio solidário, que seria "corporizado sob a forma de uma força operacional conjunta e de caráter multidisciplinar, mas o envio de tal missão está sujeito a uma decisão de Rabat.
Recorde-se que Marrocos foi abalado, na sexta-feira, por um forte sismo que matou mais de 2.500 pessoas e deixou um rasto de destruição.
Em uníssimo, o mundo prontificou-se a ajudar, mas 'esbarrou' em autorizações que não foram concedidas. Três dias passaram e, até agora, Marrocos aceitou ajuda de apenas quatro países - Espanha, Qatar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos - sendo que muitos outros (incluindo Portugal) se mostraram disponíveis.
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