Ao fim de três anos do início do julgamento do processo Football Leaks, o criador da plataforma eletrónica que, em 2015, abalou o futebol nacional e internacional, Rui Pinto, foi condenado a quatro anos de prisão, com pena suspensa, por tentativa de extorsão e acesso ilegítimo.
Dos 90 crimes que pendiam sobre si, Rui Pinto foi condenado por nove, nomeadamente um crime de extorsão na forma tentada, cinco de acesso ilegítimo, e três de violação de correspondência agravada, de acordo com a CNN Portugal, que avançou ainda que o hacker foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa.
O pirata informático foi, contudo, absolvido do crime de sabotagem informática por falta de provas, além de ter sido perdoado de 68 crimes de acesso indevido e de 11 crimes de violação de correspondência pela lei da amnistia, imposta pela visita do Papa Francisco a Portugal.
O mesmo meio adiantou que o tribunal considerou resultar de forma "clara e cristalina" que Aníbal Pinto tinha conhecimento do plano do 'hacker' na tentativa de extorsão à Doyen Sports, bem como que o informático era o mentor do Football Leaks e a única pessoa com acesso à informação retirada ao fundo.
O acórdão coloca um ponto final neste julgamento, mas Rui Pinto já sabe que vai continuar em tribunal, na sequência de uma nova acusação do Ministério Público (MP) conhecida em julho. Ao criador do Football Leaks foram agora imputados 377 crimes relacionados o acesso aos emails do Benfica e de outros clubes, Liga, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.
Rui Pinto, de 34 anos, foi acusado de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
[Notícia atualizada às 16h20]
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