Ministro nota "desígnio" da democratização da cultura por via do ensino

O ministro da Educação destacou hoje a importância de democratizar a cultura através do ensino, exemplificando com o Plano Nacional das Artes, que já chegou a 465 agrupamentos de escolas.

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Lusa
12/09/2023 16:03 ‧ 12/09/2023 por Lusa

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Ministro da Educação

"Nós temos um desígnio muito claro de fazer com que as nossas escolas sejam espaços de fomento de cultura, de fomento de públicos, de acesso mais democrático à cultura, e temos vindo a realizar isso através do Plano Nacional das Artes (PNA)", disse João Costa à agência Lusa, à margem da inauguração da requalificação da Escola Básica Professor Abílio Madeira Martins, em Minde, no concelho de Alcanena.

No dia do arranque do ano letivo, o governante, que se fez acompanhar em Minde do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lembrou que o projeto começou em 2019 com 65 Agrupamentos de Escolas (AE) e sublinhou que "hoje são 465" os agrupamentos envolvidos, entre os quais o de Alcanena.

"São escolas com projetos culturais, residências artísticas, parcerias com teatros locais e nacionais e com os mais variados agentes culturais para podermos ter, de facto, um desenvolvimento integral das crianças porque, sem arte, somos necessariamente incompletos", afirmou João Costa.  

No âmbito do PNA, o ministro indicou a participação de "197 artistas residentes, 350 recursos digitais, 136 municípios e 125.000 alunos", tendo dado conta de que, no âmbito da I Bienal Cultura e Educação estiveram envolvidos "420 projetos artísticos, culturais e patrimoniais, 570 parceiros e 80.000 participantes" (incluindo alunos).

No Plano Nacional de Cinema, notou, estão envolvidos 570 AE, com 6.027 sessões de cinema realizadas e 36 dossiês pedagógicos publicados, tendo ainda apontado o trabalho no Plano Nacional de Leitura e o financiamento a AE para aquisição de livros, com 22.000 livros e 343 Agrupamentos de Escolas financiados.

João Costa destacou ainda os projetos de Programação e Robótica, Selo Escola Sem Bullying / Escola sem Violência, e Estudo em Casa Apoia, este último com 4.063 conteúdos educativos digitais produzidos.

No caso concreto da escola de Minde, que tem cerca de 120 alunos do pré-escolar e 1.º ciclo, as atividades ambientais e ligadas às artes e história local foram referenciadas pela diretora do Agrupamento de Escolas, Ana Cohen, na visita guiada ao estabelecimento de ensino, tendo o minderico (linguajar típico local),  a música, a dança, a pintura, o cinema e o teatro, a par de atividade ligadas à criatividade e ao despertar da sensibilidade sensorial dos alunos, sido fio condutor e ilustrativo do trabalho ali desenvolvido no âmbito do PNA.  

O ano letivo 2023/2024 arranca a partir de hoje para cerca de 1,3 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano, mas muitos não terão ainda todas as disciplinas por faltarem professores nas escolas, tendo o ministro João Costa, questionado pelos jornalistas, reiterado que o problema "está identificado", numa situação que "não é nova", tendo indicado que a tutela está a desenvolver várias medidas para tentar superar a questão.

"A falta de professores não é nova, estamos a desenvolver várias medidas para superar este problema, estando circunscritas a determinada zona do país onde houve menos capacidade formativa e onde há custos de habitação mais elevados", disse o governante, que enalteceu "todas as escolas e professores que estão a trabalhar e o milhão e trezentos mil alunos que assinalam hoje o regresso às aulas", e recusado "dar visibilidade a uns poucos que querem paralisar as escolas", quando questionado sobre as greves anunciadas.  

A requalificação da Escola Básica Professor Abílio Madeira Martins, em Minde, foi hoje inaugurada, após a conclusão de um investimento do município de Alcanena superior a um milhão de euros e que contou com apoios comunitários de 85% via FEDER, do Programa Operacional Centro 2020.

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