Telemóveis na escola. "Deve haver clareza para não haver equívocos"
Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.
© Reprodução Joaquim Jorge
País Joaquim Jorge
"Eu, tendencialmente, numa sociedade livre e democrática, sou contra imposições e proibições. A liberdade implica responsabilidade.
Os alunos usarem telemóvel na escola, não tenho nada a opor. Os professores e funcionários também usam telemóvel.
Porém, sou a favor que haja um local na sala de aula para os alunos deixarem os seus telemóveis.
Uma coisa é proibir de usar o telemóvel na escola, outra coisa bem diferente, é proibir o uso de telemóvel dentro da sala de aula.
Um aluno deve poder levar o seu telemóvel para a escola, porém, dentro da sala de aula deve ser informado de que não o pode usar e será punido. Sendo reincidente, terá de deixar o telemóvel num local seguro.
Um telemóvel é sempre importante como meio de ligação à família, poder dar ou receber um recado importante.
Sempre fui, e sou, contra que o Estado se meta na minha vida, já me chega as vezes que o Estado me tenta condicionar e dizer o que fazer, fazendo de mim um atrasado. Sou contra um 'Estado metediço', o Estado deve ter o cuidado de informar os cidadãos, a partir daí, cada um faz como entende.
Todos nós sabemos os malefícios do tabaco, porém as pessoas continuam a fumar. Assumem esse ato conscientemente.
Os telemóveis também trazem malefícios, como os provocados pela exposição ao ecrã, o seu uso excessivo, isolamento social e consequências na saúde mental.
Cabe aos pais ensinar os seus filhos como devem usar o telemóvel na escola. Proibir que um aluno leve o telemóvel para a escola, sou contra. Todavia, limitar o seu uso em contexto de sala de aula, sim.
Deve haver clareza nas regras para não haver equívocos. A mim não me repugna nada que um aluno que esteja doente possa ligar para a sua mãe ou familiar para o vir buscar à escola, usando o telemóvel.
O Estado não tem nada que andar constantemente a proibir isto e aquilo. Porém, se prejudicar o normal funcionamento de uma instituição, pode tomar a decisão de não poder levar o telemóvel: sala de aula; consulta médica; audiência em tribunal; conduzir um carro; entre outros. Fora, desse contexto não tem nada que se imiscuir.
Preocupem-se com a indisciplina, com a falta de professores e condições nas escolas. O acessório é inimigo do essencial."
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