PSD vai abster-se na moção de censura do Chega ao Governo

O presidente do PSD transmitiu hoje aos deputados que o partido vai abster-se na moção de censura do Chega ao Governo, que classificou como "uma criancice e uma infantilidade".

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Lusa
14/09/2023 12:04 ‧ 14/09/2023 por Lusa

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"Nós não somos o partido das moções, somos o partido das soluções", afirmou Luís Montenegro na reunião do grupo parlamentar do PSD, na qual participa hoje, de acordo com relatos feitos à Lusa do encontro que decorre à porta fechada.

No final da reunião, em declarações aos jornalistas, Montenegro reiterou que a moção do Chega "não serve para nada" e insistiu que a prioridade do PSD é a "vida dos portugueses" e não "os jogos parlamentares".

"O grupo parlamentar está absolutamente coeso e foi consensual esta leitura de que o partido está focado nas reais preocupações das pessoas", assegurou, no final de uma reunião que durou pouco mais de uma hora e com poucas intervenções além das duas feitas pelo presidente do partido.

Dentro da sala, no final da sua intervenção, o presidente do PSD foi aplaudido pelos deputados.

A moção do Chega vai ser formalizada na sexta-feira, primeiro dia da segunda sessão legislativa, e deverá ser debatida e votada na próxima terça-feira.

Perante os deputados, Montenegro tinha criticado a iniciativa do partido liderado por André Ventura, "pré-anunciada com meio ano de antecedência", e que fará com que o Chega gaste a sua oportunidade de censurar o Governo na primeira semana da nova sessão legislativa, para "depois se andar a queixar um ano".

Para o líder do PSD, esta é uma "moção melhoral", que "nem faz bem, nem faz mal", e até aliviará momentaneamente o Governo "quando a maioria se levantar para votar contra".

"Nós não brincamos às moções, nós apresentamos soluções. Importante é o debate do dia seguinte: baixar os impostos", disse, referindo-se ao debate das propostas de redução fiscal do PSD marcado para dia 21.

O presidente do PSD questionou se esta moção "vai fazer baixar as prestações das famílias", os preços dos alimentos e da habitação, ou resolver "o assalto fiscal" e os problemas do SNS.

O PSD absteve-se nas duas moções de censura apresentadas ao atual Governo: a primeira, do Chega, em julho do ano passado e a segunda, proposta pela IL, em janeiro.

No caso da IL, a abstenção do PSD gerou alguma polémica dentro da bancada, com os deputados André Coelho Lima e Carlos Eduardo Reis a defenderem, numa declaração de voto, que havia motivos para o PSD aprovar o texto dos liberais, alertando para riscos de "ausência de demarcação" com a abstenção.

Na sua intervenção, de mais de meia hora, Montenegro salientou que "os olhos dos portugueses" têm estado e vão continuar a estar colocados no PSD.

Sobre os impostos e a opção de priorizar a redução do IRS, salientou que "o PSD é o partido da classe média"," dos que dependem do seu trabalho, do produto do seu esforço".

"Defendo hoje, o que defendi como candidato a presidente do PSD: a prioridade é baixar os impostos sobre o rendimento", disse, numa resposta às críticas do PS que tem acusado o partido de mudar de prioridade, já que na anterior liderança de Rui Rio se apresentou a eleições defendendo a baixa do IRC antes do IRS.

[Notícia atualizada às 14h00]

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