Morte em Peniche. Suspeita levou PJ "ao local onde enterrou a irmã"

A irmã da vítima foi detida pela Polícia Judiciária de Leiria depois de, na sexta-feira passada, as autoridades terem começado a investigar.

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© Amin Chaar / Global Imagens

Teresa Banha com Lusa
14/09/2023 15:48 ‧ 14/09/2023 por Teresa Banha com Lusa

País

Polícia Judiciária

O diretor do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Avelino Lima, deu uma conferência de imprensa para esclarecer a morte de uma jovem de 19 anos, em Peniche. "Levou-nos ao local onde enterrou a irmã", revelou.

"O Ministério Público, depois das diligências que entendeu pertinentes que considerou que se calhar estaríamos em presença de algo mais grave, deu-nos conhecimento e a pronto nos colocámos no terreno na passada sexta-feira. Desde aí, não parámos até culminar ontem com este dramático desfecho de encontrar a jovem vítima - e agravado ainda pelo facto de a autora da morte da jovem ter sido a sua irmã, de 16 anos", começou por referir, em declarações aos jornalistas.

O responsável sublinhou que esta jovem está indiciada por homicídio na forma qualificada e por profanação de cadáver, depois de ter sido detida pela PJ de Leiria. As medidas de coação serão conhecidas na sexta-feira.

Avelino Lima explicou ainda que as jovens viviam com o pai e que a mãe "não era uma presença assídua no domicílio". Segundo o diretor, "todos os indícios dizem que o pai não desconfiava" porque a informação que "foi prestada sempre tinha alguma credibilidade - uma jovem de 19 anos a deslocar-se para junto de uma hipotético namorado não é fato que merecesse, numa primeira abordagem, desconfiança".

Sublinhando que a investigação ainda não estava fechada, o responsável da PJ revelou que tudo indica que "não houve intervenção de mais ninguém".

A sinalização que havia na CPCJ da região era de que efetivamente era uma família necessitada de apoio. Apenas e só

A jovem de 19 anos não era vista desde 14 de agosto e o Ministério Público comunicou à PJ de Leiria os factos na semana passada. As desconfianças de que podia tratar-se de algo mais do que uma desaparecimento surgiram durante a investigação.

Quanto ao motivo, Avelino Lima reiterou que teria sido por uma razão "fútil", confirmando que em causa estava uma discussão por causa de um telemóvel. "Uma discussão à volta da posse de um telemóvel e, infelizmente, a partir de uma pequena discussão, deu-se uma tragédia", rematou.

O coordenador da PJ afirmou ainda que a Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) tinha conhecimento desta família. "A sinalização que havia na CPCJ da região era de que efetivamente era uma família necessitada de apoio. Apenas e só", afirmou, referindo que havia discussões entre as irmãs, mas nada de "anormal".

O coordenador apontou ainda que foi quando "se aproximaram" do núcleo familiar, durante a investigação, que se verificou que a problemática "residiria" lá. "As diligências que então foram realizadas conduziram-nos num primeiro momento de identificação de vestígios de natureza biológica e após a verificação dos mesmos, como é óbvio, a jovem suspeita passou a ter uma atitude mais condizente com os factos que ocorreram e levou-nos ao local onde enterrou a irmã", contou, acrescentando que o corpo estava num local pouco profundo e, tal como já tinha sido dito, num terreno arenoso.

"Agora, só após uma perícia médico-legal, podemos ser mais objetivos e determinados no tipo de violência que ocorreu e em outros elementos que vão certamente ser úteis para uma apreciação global do acontecimento", acrescentou, ao referir que a "arma do crime é uma faca perfeitamente comum de uso doméstico que não foi localizada", rematou.

[Notícia atualizada às 18h46]

Leia Também: Jovem de 16 anos assassina irmã de 19 após "desavenças" com telemóvel

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