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Reformas no SNS? "Não são suficientes nem estão no caminho certo"

A representante sindical Isabel Camarinha referiu que as mudanças anunciadas pelo Governo indicam que este quer que os profissionais "trabalhem ainda mais horas, com pouca compensação, criando discriminações".

Reformas no SNS? "Não são suficientes nem estão no caminho certo"
Notícias ao Minuto

15:27 - 16/09/23 por Teresa Banha

País SNS

A secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Isabel Camarinha, esteve presente, esta sexta-feira, na Jornada Nacional de Defesa e Reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que se realiza hoje por todo o território nacional.

"As reformas que estão em curso não são suficientes nem estão no caminho certo. O que é preciso no Serviço Nacional de Saúde é investimento e não transferência de verbas brutais - como o que acontece no Orçamento do Estado deste ano - para o setor da saúde privada para pagamento de serviços que o SNS tem de poder garantir", referiu, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.

A representante sindical reforçou que o que investimento necessário diz respeito não só nos equipamentos, como também nos trabalhadores.

Questionada sobre o eventual aumento salarial dos médicos, Isabel Camarinha respondeu que a resposta destes profissionais a essa indicação do Governo já foi dada. "Médicos já deram a resposta cabal a essas propostas do Governo. E, de facto, não garante de forma alguma valorização da profissão médica", indicou.

Isabel Camarinha foi além da profissão médica, e referiu ainda a falta de resposta do Executivo a outras profissionais do SNS. "Tal como em relação aos outros trabalhadores do SNS, o governo não está a garantir valorização salarial. Está a querer que estes profissionais trabalhem ainda mais horas, com pouca compensação, criando discriminações. Isto não é aceitável", rematou.

A representante sindical reforçou que não só a valorização deverá ser salarial, como também em termos de progressão e condições de trabalho, nomeadamente, também nos horários de trabalho. "Que possam depois garantir as necessidades de saúde a todos", explicou, acrescentando que não é este "o caminho" que o Governo tem seguido. "Pelo contrário, [o que o Governo tem feito] é a entrega ao setor privado de um conjunto enorme de serviços que devia ser o SNS a proporcionar e a continuar a desvalorizar os trabalhadores do SNS. É isso que hoje estamos aqui a afirmar", rematou.

Camarinha sublinhou ainda a urgência de um SNS para todos, dadas as condições atuais, que fazem com que muitos tenham "que optar entre colocar comida na mesa ou ir ao médico ou comprar um medicamento".

Ainda quanto ao aumento salarial dos médicos anunciado pelo Governo, Isabel Camarinha rematou: "[Os salários] Vão subir, mas não para todos. É condicionado por um conjunto de regras que são discriminatórias e que obrigam os médicos a trabalhara ainda mais horas. Para além do trabalho extraordinário, o que o Governo quer é pôr os médicos a trabalharem mais horas para além do trabalho extraordinário que é permitido", acusou, voltando a reforçar, mais uma vez, que a desvalorização abrange outras profissionais no SNS, tais como os enfermeiros ou técnicos de diagnóstico e terapêutica. "Pessoal auxiliar e administrativo que garante o funcionamento e que continua a segurar o SNS", acusou.

Leia Também: Médicos indisponíveis para horas extra "não vão comparecer" na urgência

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