A informação foi avançada por um representante da empresa Auto-estradas do Baixo Tejo durante a reunião da Câmara de Almada, no distrito de Setúbal, na segunda-feira, alertando para o impacto que a obra terá na gestão rodoviária daquela via e das vias anexas.
A empresa Auto-estradas do Baixo Tejo é subconcessionária da Infra-estruturas de Portugal responsável pela gestão de um conjunto de vias na margem sul do Tejo, entre as quais o IC20, ou seja a chamada via rápida da Costa da Caparica.
Segundo João Portela, a obra terá de ser realizada para dar cumprimento a uma obrigação do contrato que prevê que quando atingisse determinado limite de fluxo diário de circulação teria de ser feito um aumento no número de vias.
O IC20 regista anualmente um tráfego médio diário superior a 60 mil veículos.
O aumento de três para quatro vias por sentido será realizado entre o Centro Sul e o nó das Casas Velhas (Universidade), numa extensão de 3,9 quilómetros.
A intervenção será dividida em oito fases e prevê ainda o aumento de duas para três vias na saída da rotunda do Centro Sul para o ramo de acesso a Lisboa, a construção de um novo ramo de acesso no sentido Costa -- Almada e o aumento para duas vias dos ramos de ligação do IC20 à A33 no nó de Casas Velhas (junto à Universidade Nova) de e para Almada.
Ainda no âmbito desta obra, que começa no dia 02 outubro com a montagem do estaleiro, mas cujos efeitos se começam a sentir no final de outubro ou inicio de novembro, está prevista a relocalização de algumas paragens de autocarro.
"Temos profunda noção de que é uma obra com impacto na gestão rodoviária daquela via e das vias anexas. É impossível contornar esta situação", disse, adiantando que a empresa quer com o município de Almada construir uma ponte de comunicação para mitigar os impactos.
Após a apresentação, a presidente da Câmara Municipal de Almada fez também referência ao impacto desta obra na circulação rodoviária.
"Não nos vamos iludir. São obras de um eixo estruturante. O IC20 não vai fechar, mas vai ter impacto numa via já muito carregada e está tudo mobilizado para ao longo da obra ir trabalhando alternativas para minimizar o impacto", disse Inês de Medeiros.
A autarca reconheceu a importância da obra, mas lembrou que não é suficiente para compensar a necessidade de uma nova travessia entre a margem norte e a margem sul.
"Quero deixar claro que esta obra não vai resolver em nada aquilo que é uma prioridade até para a criação de um metro entre a margem sul e a margem norte, além da Fertagus, e é nessa perspetiva que temos estado em conversações com o município de Oeiras e com o anterior executivo da Câmara Municipal de Lisboa e com o atual", disse.
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