O ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, foi implicado na operação Tempestade Perfeita por Paulo Branco, um dos acusados pelos crimes de corrupção e branqueamento, avança o Expresso.
O membro da rede de corrupção do seu antigo ministério acusa-o de ter "acertado contas" com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira através de um contrato de assessoria para o compensar pelos trabalhos realizados numa "comissioni fantasmi" a funcionar no seu gabinete.
O ex-diretor da Gestão Financeira do Ministério da Defesa Nacional, Paulo Branco, terá declarado à procuradoria do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, segundo aquele jornal, que Marco Capitão Ferreira participou no 'Grupo Ninja' ou Black Ops', assim designado pelo ministério, para realizar, clandestinamente, um estudo para a "revisão do setor empresarial do Estado da Defesa".
Em reação a uma notícia da revista Visão, Cravinho acabou por confirmar a existência daquele grupo, estabelecendo-se agora uma ligação entre o contrato de assessoria e o 'Grupo Ninja, após as declarações de Paulo Branco, que terá servido para pagar os trabalhos gratuitos da "comissioni fantasmi", com o alegado apoio de Cravinho.
O antigo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, nega, no entanto, que o contrato fosse uma contrapartida pelo trabalho do ex-secretário de Estado da Defesa.
Recorde-se que, na base da operação Tempestade Perfeita, estão suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, abuso de poder e branqueamento, entre outros crimes que terão lesado o Estado em milhares de euros. O principal visado é o ex-diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho, que chegou a ser elogiado por Gomes Cravinho na Assembleia da República.
Foram também detidos o diretor de Serviços de Infraestruturas e Património, Francisco Marques, o ex-diretor da Gestão Financeira do Ministério da Defesa Nacional, Paulo Branco, e mais três empresários.
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