O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse esta terça-feira que as urgências dos hospitais estão "longe de uma situação de colapso", mas reconheceu que existem problemas. Pizarro assumiu, ainda assim, em declarações à SIC Notícias, que a "situação nas urgências é motivo de preocupação".
O governo respondia, assim, à reportagem da CNN sobre um alerta de "grande catástrofe" em vários hospitais.
Manuel Pizarro salientou que "desde sempre que o funcionamento pleno das urgências depende da disponibilidade dos médicos em realizar horas extraordinárias", mas que o valor de horas a mais feitas pelos médicos não deve ser ultrapassado por aquilo que a lei estipula. "A atividade nas urgências é muito penosa e deve ser respeitada", afirmou.
O ministro disse que apesar da situação precária nas urgências se têm adotado "medidas de contingência que permitem assegurar uma resposta aos portugueses", que em alguns dos casos com o "mesmo nível de prontidão e proximidade.
Pizarro recusou ainda divulgar qual a nova proposta que vai apresentar aos sindicatos médicos na reunião agendada para quinta-feira, sublinhando que para haver acordo são precisas duas partes e que procurará fazer a sua.
"Estou em condições de garantir que o Governo continua empenhado num diálogo franco e leal com os médicos e com os outros profissionais de saúde. (...) Desde logo, para haver acordo são precisas duas partes e, portanto, procurarei fazer a minha parte", afirmou Manuel Pizarro, acrescentando: "É preciso que todos sejamos capazes de fazer o diálogo com este espírito de abertura".
As urgências de vários hospitais do país têm vindo a fechar ao fim-de-semana por falta de médicos para assegurar as escalas, que se recusam a fazer horas extraordinárias, além das 150 anuais obrigatórias por lei. Os vários constrangimentos nas Urgências têm levado ao aumento dos tempos de espera e reduzir a procura dos doentes a estes serviços.
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