O que têm em comum comprimidos para o colesterol e pastilhas elásticas
Um farmacêutico de Guimarães decidiu enviar para várias entidades, do Presidente da República à troika, a prova de que um comprimido para o colesterol pode ficar mais em conta do que uma mera pastilha elástica.
© DR
País Indignação
Um comprimido para o colesterol pode custar menos 38% do que uma pastilha elástica. Qual a relevância deste termo de comparação? Para Fernando Monteiro, farmacêutico de Guimarães, esta analogia atesta o “colapso iminente” das farmácias, avança a edição desta quarta-feira do jornal Público.
Ora, o farmacêutico decidiu então endereçar várias cartas, da troika a Cavaco Silva, que fez acompanhar de uma embalagem de 60 comprimidos de um genérico de Sinvastatina Alter e de uma caixa de pastilhas elásticas Trident.
"A embalagem de pastilhas elásticas que tem na sua mão custou 68 cêntimos, o que se traduz num preço de venda ao público de 6,8 cêntimos por pastilha. A embalagem do popular medicamento para o colesterol [um dos fármacos mais vendidos em Portugal] custa 2,54 euros, o que se traduz num preço de 4,2 cêntimos por comprimido”, pode ler-se na carta, citada pelo Público.
Atribuindo a si próprio o rótulo de “cidadão de província”, o “humilde” farmacêutico questiona, indignado: "Como é que isto é possível, sabendo-se que, ao contrário das pastilhas elásticas, os medicamentos exigem longos anos de desenvolvimento, ensaios clínicos, ensaios de efeitos secundários, das contra-indicações, recursos humanos com formação superior para a sua dispensa e aconselhamento, logística controlada, farmácias de serviço permanente abertas 24h/dia, 365 dias/ano, etc.?".
Fernando Monteiro remata a missiva com um recado. "Não se esqueça: no futuro V. Ex.ª também precisará de medicamentos e de farmácias. Depois não diga que não foi avisado".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com