"O país mudou muito. Mudou de uma forma traumática, foi com uma tragédia, mas percebeu que tinha de mudar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas em Vouzela, no final de uma homenagem da câmara municipal às vítimas dos incêndios registados há seis anos.
O chefe de Estado frisou que, imediatamente após a tragédia, "as pessoas tiveram de recriar a sua vida" e o país "teve de enfrentar este problema de uma maneira diferente".
"Começou a enfrentá-lo, nalguns aspetos, francamente melhor do que se tinha passado até então", afirmou, dando como exemplo a prevenção, a capacidade de resposta, a coordenação e "a organização a todos os níveis".
Outros aspetos, como o ordenamento florestal e o cadastro, demoram "muito mais tempo" e avançam "mais lentamente", atendendo à dificuldade dos processos, justificou.
Marcelo Rebelo de Sousa participou hoje de manhã na deposição de uma coroa de flores num monumento evocativo e depois numa celebração eucarística presidida pelo bispo da Diocese de Viseu, António Luciano.
O bispo lembrou que, nos incêndios de outubro de 2017, morreram oito pessoas no concelho de Vouzela, seis das quais residentes e outras duas num acidente na autoestrada A25, quando "estavam a tentar escapar" das chamas.
Durante a homilia, António Luciano apelou aos governantes que apostem na prevenção, "para que acontecimentos fatídicos não martirizem mais as pessoas".
A região Centro foi a mais afetada pelos vários fogos que atingiram o país entre os dias 15 e 16 de outubro de 2017, com um registo de 50 pessoas mortas e um rasto de destruição que se estendeu a mais de três dezenas de concelhos.
Setenta pessoas ficaram feridas e foram total ou parcialmente destruídas cerca de um milhar e meio de casas, bem como mais de 500 empresas.
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