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"Esta peça é sobre nós". Climáximo interrompe espetáculo no São Luiz

Ativistas subiram ao palco durante o espetáculo 'Europa', para fazer uma intervenção "sobre o significado da própria peça no estado atual do mundo perante a crise climática".

"Esta peça é sobre nós". Climáximo interrompe espetáculo no São Luiz
Notícias ao Minuto

18:13 - 22/10/23 por Notícias ao Minuto

País Ativismo Climático

Dois ativistas do grupo ambientalista Climáximo interromperam, este domingo, um espetáculo no Teatro São Luiz, em Lisboa, "para chamar atenção ao próprio espetáculo".

Em comunicado, o Climáximo explica que os ativistas "subiram ao palco e fizeram uma intervenção sobre o significado da própria peça no estado atual do mundo perante a crise climática", no início do espetáculo 'Europa'.

"Esta peça é sobre nós, sobre a nossa normalidade, sobre a nossa cumplicidade, sobre a nossa responsabilidade coletiva. Eles estão a destruir tudo que amamos. Neste preciso momento. Deliberadamente. De uma forma coordenada. São as pessoas comuns que têm de assumir a sua responsabilidade, deixar de dar consentimento ao genocídio e ecocídio, e resistir à destruição da civilização", lê-se no comunicado.

O grupo climático explica que a peça de teatro em questão "conta a ansiedade e o medo de uma aldeia de fronteira", sendo que "há várias formas de pensar em guerra na Europa: algo que acontece “lá”, num lugar abstrato; algo que acontecia “antes” e que agora já não acontece “cá”; algo com o qual os países europeus não têm nada a ver; algo que às vezes impacta os países europeus mas sobre o qual eles não têm responsabilidade".

"Todas estas formas são erradas no contexto da crise climática: continuando o seu modelo económico baseado no capital fóssil, os países europeus são responsáveis por armas de destruição em massa. As cheias na Líbia, os incêndios na Argentina, os tufões na China e a seca no Algarve são bombas atiradas que destroem casas, vidas e ecossistemas. Manter o atual sistema económico é um ato deliberado de violência contra as sociedades de hoje e do futuro", acusa o Climáximo.

É por isso que "os ativistas subiram ao palco" - continua o grupo -, para "dar esta perspetiva antes da peça de teatro, porque a guerra atual que os governos e as empresas declararam contra as sociedades e o planeta não pode ser compreendida com um distanciamento emocional e pessoal ao assunto".

O grupo de ativismo Climático disse que a intervenção foi recebida "com aplausos", e "com apelos" para poderem falar, "a bem da liberdade de expressão".

O Climáximo tem sido o protagonista de diversas ações de protesto ao longo das últimas semanas, entre elas quebrar o vidro da montra da loja da Gucci no centro comercial 'Tivoli Forum', na Avenida da Liberdade, em Lisboa, no sábado.

Na sua lista de reivindicações está o fim do uso de combustíveis fósseis.

[Notícia atualizada às 18h22]

Leia Também: Ativistas ambientais partem montra de loja da Gucci em Lisboa

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