O Governo está a avaliar um requerimento que apelou ao "deferimento imediato" do pedido de nacionalidade portuguesa de Offer Kalderon, um israelita de 52 anos raptado pelo Hamas com os dois filhos de 16 e 12 anos.

A notícia foi avançada pelo jornal Público e confirmada pelo Notícias ao Minuto junto do advogado e ex-líder do CDS José Ribeiro e Castro, que foi um dos signatários do documento.

"Enviei o requerimento assinado pela advogada de Offer Kalderon, agora feito refém. Apresentou dois requerimentos: um, na sexta-feira; outro, no domingo. Estão ambos em análise. Resta aguardar", informou Ribeiro e Castro, que ressalvou que, de momento, não tem "novidades".

O requerimento, assinado também pela mandatária da família, Carina Vicente Correia, visa sensibilizar o Governo português para o caso do israelita, cujo pedido de nacionalidade deu entrada na Conservatória do Registos Centrais (CRC) a 6 de setembro de 2021.

"O Governo não deve fazer menos do que faria Aristides de Sousa Mendes", considerou a missiva, citada pelo Público, referindo-se às ações do diplomata português em França, que fizeram com que mais de 30 mil judeus fossem salvos da perseguição nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

 Passaporte de Offer Kaldaron© Reprodução / Comunidade Judaica do Porto  

E continuou: "É convicção da família, sustentada nas informações que circulam, que a aquisição imediata por Offer Kalderon da nacionalidade portuguesa requerida poderá favorecer a sua mais rápida libertação, juntamente com os filhos que já possuem dupla nacionalidade [francesa]."

Isto porque o jornal The New York Times adiantou, na semana passada, que existe a possibilidade da libertação de cerca de 50 reféns com dupla nacionalidade. De facto, na sexta-feira, duas cidadãs norte-americanas foram libertadas, através da mediação do Qatar.

Segundo a Comunidade Judaica do Porto, Offer Kaldaron é "filho de David Kalderon, de família sefardita tradicional do antigo Império Otomano, particularmente da Grécia". Em comunicado enviado às redações, a entidade esclareceu que existem "registos desta família nas sinagogas e instituições portuguesas que existiam em Salónica: o ‘Kahal Kadosh Portugal’, o ‘Kahal Kadosh Lisbon’, o ‘Kahal Kadosh Évora’, o ‘Portugal Velha’ e outras".

Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). Esta quarta-feira, Netanyahu acordou com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.

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