Se se cruzou com publicações a darem conta do roubo e da destruição de radares de velocidade em Portugal, para obter cerca de dois quilos de cobre, saiba que a história está mal contada. Isto porque, conforme apurou o Notícias ao Minuto, há vários anos que esta ‘curiosidade’ (falsa) é partilhada em diversas redes sociais, e em vários países.
“Obrigado a todos os que partilharam que cada radar tinha dois quilos de cobre... Os resultados estão à vista... E este radar agora está muito mais leve. Embora partilhar”, lê-se numa publicação partilhada a 29 de outubro deste ano.
Confrontado com dezenas de publicações desta natureza, o Notícias ao Minuto contactou tanto a Guarda Nacional Republicana (GNR), como a Polícia de Segurança Pública (PSP), por forma a apurar a sua veracidade. Acontece que, tal como explicado por esta última força de segurança, estas publicações “são humorísticas e tornaram-se virais em várias redes sociais, sendo difícil determinar a sua autenticidade ou origem”.
De facto, algumas das publicações encontradas pelo Notícias ao Minuto remontam a 2018, utilizando a mesma fotografia que anda, agora, a ‘correr’ as redes sociais.
Se uma delas foi partilhada por uma página francesa, em maio de 2018, outra foi reproduzida por um utilizador espanhol, em julho do mesmo ano. Mas até portugueses ‘caíram’ na trama, naquela altura.
8 julio. Internet bromea. "Los radares tienen 2kg de cobre"
— SocialDrive (@SocialDrive_es) July 21, 2018
21 julio. Rompen un radar para llevarse el cobre
pic.twitter.com/TUlPhd0W4Y
De acordo com a PSP, existe, noutros países, “o problema da destruição e furto de componentes de radares fixos, não para retirar cobre, mas sim as potentes câmaras de filmar/fotografar”.
Exemplo disso foram os roubos levados a cabo na Suécia, em 2022, país que viu os aparelhos de controlo de velocidade desaparecer das bermas das estradas.
Conforme noticiado pelo The New York Times, cerca de 160 radares foram vandalizados e parcialmente roubados em regiões rurais de Estocolmo e Uppsala, durante a noite. As teorias foram muitas, chegando as autoridades a considerar que russos poderiam estar por detrás dos furtos, para usar as câmaras em drones na guerra contra a Ucrânia.
Em Portugal, contudo, esta não parece ser uma questão.
“Não excluímos a possibilidade de vir a acontecer em Portugal mas, até ao momento, não temos denúncias à PSP que se enquadrem nesta tipologia”, assegurou a PSP.
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